PESTICIDAS NO ALTO DO RIO POXIM E OS RISCOS DE CONTAMINAÇÃO. / PESTICIDES IN POXIM HIGH RIVER AND RISKS OF CONTAMINATION.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Ao longo dos anos, a agricultura mundial cresceu em produtividade e área cultivada, acompanhada pelo uso intenso de pesticidas. Foram produzidas muitas moléculas novas, com características físico-químicas que propiciam funcionalidades diferenciadas e comportamentos ambientais distintos, fruto dos avanços e pressões ambientalistas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial de contaminação de águas superficiais por produtos utilizados no manejo da cana-de-açúcar na sub-bacia do rio Poxim. Esse rio é o manancial de onde é captada a água para abastecimento da cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe. A análise de risco foi realizada mediante critérios da Environmental Protection Agency (EPA), índice de GUS, método de GOSS e índice de Leach. Esses critérios baseiam-se em propriedades físico-químicas dos princípios ativos de cada pesticida, mediante o fornecimento de valores de coeficiente de adsorção ao carbono orgânico (Koc) e de meia-vida (t) do produto no solo, os quais são posteriormente aplicados às fórmulas respectivas. Neste estudo, foram avaliados os principais produtos aplicados na cultura de cana-de-açúcar, por meio de levantamento realizado em propriedades rurais e comércio de insumos da região. Observou-se que, dos 17 princípios ativos estudados, 12 sofreram risco de lixiviação, demonstrando a importância do monitoramento do rio para controle tanto da qualidade da água como da frequência e volume de pesticidas aplicado. Esses componentes são enquadrados na Classificação Toxicológica entre I (Extremamente Tóxico, como Paraquat) e IV (Pouco Tóxico, como o Metribuzim). A partir desses resultados, foi feito o monitoramento bimensal na sub-bacia do rio Poxim, durante o período de julho de 2009 a julho de 2010, com o objetivo detectar possíveis pesticidas à montante das plantações de canade- açúcar, no rio Poxim-Mirim e Poxim. Os resultados das amostras foram analisados pelo ITEP, que constatou a presença de Ametrina e Diuron. No rio Poxim-Mirim, foi constatada a presença de Diuron e Ametrina, principalmente nos períodos chuvosos, com valores máximos de 0,9 e 0,2 (μ.gL-1), para o Diuron e valores máximos de 0,04 e 0,05 (μ.gL-1), para a Ametrina, nos meses de maio e julho de 2010. Os limites máximos permitidos, para o Diuron e Ametrina, não estão definidos nas normas vigentes no Brasil.A qualidade da água na sub-bacia do rio Poxim está sendo influenciada pela sazonalidade das chuvas, visto que houve um aumento da concentração de pesticidas na água superficial, durante um período do ano, provocado pelo escoamento superficial do solo. Então, recomenda-se ampliar o monitoramento das águas subterrâneas e superficiais que abastecem a cidade; recompor a mata ciliar dessa sub-bacia; atualizar as normas, incluindo novos pesticidas; intensificar a fiscalização e, por fim, despertar a atenção das autoridades competentes para a qualidade da água fornecida para a comunidade da Grande Aracaju.

ASSUNTO(S)

diuron ametrina qualidade da água monitoramento de pesticidas agronomia diuron ametrine water quality monitoring of pest

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