Pesquisa de anticorpos antigliadina (classes IgA e IgG) e anticorpos antiendomísio classe IgA, em pacientes com doenças reumatológicas autoimunes em Belo Horizonte, Brasil
AUTOR(ES)
Koehne, Victor de Barros, Bahia, Magda, Lanna, Cristina Costa Duarte, Pinto, Maria Raquel da Costa, Bambirra, Eduardo Alves, Cunha, Aloísio Sales da
FONTE
Arquivos de Gastroenterologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-09
RESUMO
CONTEXTO: Tanto os pacientes com doenças reumatológicas autoimunes quanto os com doença celíaca costumam apresentar vários tipos de autoanticorpos, muitos deles ainda sem papel definido na etiopatogênese dessas afecções. Apesar de tratar-se de assunto controverso, é bastante citada na literatura a maior prevalência da doença celíaca em diversos grupos de pacientes reumatológicos. OBJETIVO: Investigar a prevalência de marcadores sorológicos positivos para doença celíaca: anticorpos antigliadina (AGA) classes IgA e IgG (AGAA e AGAG) e anticorpos antiendomísio classe IgA (EmA), em pacientes com doenças reumatológicas autoimunes. Procurou-se também avaliar a correlação entre a positividade dos testes sorológicos com o uso de prednisona e de medicamentos imunossupressores. MÉTODOS: Foram avaliados 190 pacientes adultos e pediátricos com doenças reumatólogicas variadas (lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatóide, artrite reumatóide juvenil e espondiloartropatias. Em todos foram realizadas pesquisas de AGAA e AGAG e de EmA, encaminhando-se os casos positivos para biopsias endoscópica duodenal e estudos histológicos. RESULTADOS: Houve quatro soros positivos (2,1%) para AGAA, todos com resultados negativos para AGAG e EmA. Três soros (1,6%) tiveram resultados positivos para AGAG, todos com resultados negativos para AGAA e EmA. Na pesquisa de EmA, a diluição do soro em 1:2,5 mostrou resultados positivos em 94 pacientes (49,5%) e na diluição de 1:5, em 41 (21,6%). Em 11 indivíduos obteve-se resultado positivo para EmA na diluição 1:40 e todos eles tiveram resultado negativo para a pesquisa de anticorpos antitransglutaminase tecidual IgA (tTg). Nove dos 11 pacientes positivos para EmA e todos os 7 pacientes com anticorpos antigliadina positivos foram submetidos a biopsia duodenal endoscópica, não se constatando alterações significativas da mucosa duodenal em nenhum deles. Todos os soros positivos para EmA apresentaram resultados negativos para a pesquisa de anticorpos antitransglutaminase tecidual classe IgA (tTG). A positividade para EmA associou-se a leituras de densidade óptica mais altas para AGAA. O mesmo não foi observado para AGAG. O uso de prednisona e de imunossupressores não se relacionou às leituras de densidade óptica dos AGAA, tampouco dos AGAG. O uso dessas medicações se relacionou, contudo, a menor positividade para EmA. CONCLUSÃO: Resultados positivos para AGAA, AGAG ou EmA demonstraram-se inespecíficos para a presença de doença celíaca em pacientes com doenças reumatológicas autoimune. O uso de prednisona e drogas imunossupressoras parece diminuir a prevalência de anticorpos antiendomísio IgA, mas não de anticorpos antigliadina. Mais estudos são necessários para se avaliar com maior precisão a prevalência da doença celíaca em pacientes reumatológicos.
ASSUNTO(S)
doença celíaca doenças reumáticas testes sorológicos
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