Perspectivas do Sul Global sobre Stonewall após 50 anos, Parte II— Stonewalls Brasileiros: Política Radical e Ativismo Lésbico
AUTOR(ES)
Belmont, Flávia; Ferreira, Amanda Álvares
FONTE
Contexto int.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-12
RESUMO
Resumo Os distúrbios contra uma batida policial em Nova York no bar Stonewall Inn em junho de 1969 são frequentemente identificados como tendo desencadeado o movimento pelos direitos LGBT e a comemoração dos distúrbios um ano depois, em junho de 1970, inaugurou uma série de eventos do Orgulho LGBT que continuam até hoje em todo o mundo. Neste fórum de duas partes, refletimos sobre os efeitos contraditórios do legado internacional de Stonewall. Nesta segunda parte do Fórum, Ferreira e Belmont investigam as formas pelas quais ‘Stonewall’ foi apropriado especificamente no Brasil, tanto durante a ditadura civil-militar quanto no atual momento político conturbado. Belmont localiza as incompatibilidades atuais entre as lutas LGBT e queer no Brasil ao justapor visões mais convencionais da política LGBT com as margens que elas criam, especialmente a marginalização das travestis. Belmont expõe como o discurso e as práticas LGBT dominantes reforçam a violência contínua sobre corpos dissidentes e propõe que consideremos as experiências e argumentos das travestis como contribuições necessárias para uma política mais radical (queer). Na contribuição final, Ferreira recapitula as demandas políticas dos eventos de Stonewall de Nova York e os compara às reivindicações revolucionárias do que foi chamado de ‘Stonewall brasileiro.’ Considerando o protagonismo dos movimentos lésbicos em eventos como esse no Brasil, sua contribuição analisa, a partir de uma perspectiva queer, o abraço de uma multiplicidade de identificações no ativismo lésbico contemporâneo. Ela argumenta que esse movimento cria potencialidades para responder a violências estruturais, ao mesmo tempo em que aborda questões como a judicialização e comercialização de causas LGBTTI e homonormatividade.
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