Perspectivas de utilização de Propodium appendiculatum (Wint.) Arth. (Uredinales: Pucciniaceae) no controle biológico de Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth (Bignoniaceae)

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A espécie Tecoma stans está presente em todo Brasil, seja como ornamental, já que possui flores amarelas, intensa floração e tem grande semelhança com os ipês, ou como planta indesejável e/ou invasora no Sul do Brasil. No Estado do Rio Grande do Sul a planta está freqüentemente associada às margens de rodovias e estradas, também na floresta nativa. Em Santa Catarina a planta está associada como ornamental, exceto em uma pequena área próxima ao município de Concórdia, onde T. stans apresenta pequena infestação em margem de rodovia. No Paraná a principal área de infestação de T. stans está localizada região norte do Estado, que vai da região de Londrina até a divisa com São Paulo. Nestas áreas a infestação está presente em margens de rodovias e estradas, principalmente em áreas de pastagens. No Paraná 50 mil hectares de pastagens estão invadidos por T. stans e destes, 15 mil hectares totalmente improdutivos (Kranz; Passini, 1997). Um exemplo da eficácia desta planta em agredir áreas suscetíveis tornando-a um potencial agente invasor de pastagens, áreas degradadas (margens de rodovias) e florestas naturais. A proposta principal deste projeto foi estudar um agente para controle biológico de T. stans no Sul do Brasil, principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul e Paraná. Foi escolhido o fungo Prospodium appendiculatum, conhecido como ferrugem do amarelinho. Este fungo possui características importantes como alta especificidade e amplamente distribuído no Sul do Brasil. Três áreas de amostragem com alta infestação de T. stans foram selecionadas para avaliação contínua; duas no Paraná e uma no Rio Grande do Sul. Para avaliar estas áreas foram instaladas unidades amostrais com dimensões de 10 por 10m no período de maio a novembro de 2003, totalizando 16 unidades amostrais nas três áreas selecionadas. As avaliações foram feitas com auxílio de uma ficha de campo onde constam parâmetros como número da cepa (NCe), número da brotação (NBr), diâmetro da brotação (Dmm), altura da brotação (Hcm), intensidade de infecção (INS-B-M-A) e presença ou ausência de galhas (GalP-A). Foram avaliadas ao final de novembro de 2003, 5572 brotações em 188 cepas de T. stans. O início das infecções ocorreu em maio nas áreas do Paraná e em junho no Rio Grande do Sul. No Paraná, em M-PR, 58% das brotações apresentaram infecção e 52,8% apresentaram galhas; em L-PR 57,6% das brotações apresentaram infecção e 49,6% apresentaram galha. No Rio Grande do Sul, em W-RS, 24,2% das brotações apresentaram infecção e 21% apresentaram galhas. Os resultados para a região norte do Paraná, M-PR e L-PR, foram promissores tanto para intensidade de infecções quanto para presença de galhas. Estas análises demonstram que o fungo deve ser estudado, pois estes valores correspondem à ocorrência natural em campo. Nenhuma interferência quanto à inoculação do patógeno foi feita. Segundo Cummins (1940, p.34) o fungo também ocorre no México. A prática do controle biológico clássico, ou seja, a introdução de uma cepa do fungo não adaptada às nossas condições climáticas, pode aumentar a virulência do patógeno causando maiores danos a T. stans. Através deste panorama pode-se dar andamento ao objetivo principal deste estudo que visa amenizar os problemas de ordem econômica e ambiental causados por T. stans no Sul do Brasil

ASSUNTO(S)

invasor plant engenharias south of brazil ferrugem do amarelinho sul do brasil yellow rust biologic control agent bignoniacea; pragas - controle biológico agente de controle biológico planta invasora

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