Pernambuc-wood, wooda and bark: formation, development and structure / Pau-brasil, madeira e casca: formação desenvolvimento e estrutura

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Caesalpinia echinata Lam (Leguminosae) é a espécie símbolo do Brasil, muito importante historicamente para o país. A árvore de pau brasil foi intensamente explorada no período do descobrimento, durante o século XVI, para a extração de corante e, atualmente, a sua madeira é utilizada na fabricação de arcos para instrumentos de corda. Neste trabalho foi estudada a espécie em três áreas: Mogi Guaçu, em São Paulo, num bosque experimental; em Ilhéus, na Bahia, em uma fazenda de cacau, e em Campo Grande no Mato Grosso do sul, na Reserva do campus da Universidade Federal. Pretendeu se neste trabalho comparar a sazonalidade da atividade cambial, o xilema e floema secundários, assim como descrever a formação e a diferenciação dos tecidos vasculares secundários. Para isso, um método não destrutivo de coleta foi usado, além de várias técnicas de observação do material, como microscopia de luz, eletrônica de varredura e transmissão, e confocal de varredura a laser. Foi realizado o acompanhamento fenológico da espécie assim como dados ambientais, tal como pluviosidade, temperatura e fotoperíodo. A atividade cambial foi observada a partir da presença de figuras mitóticas e fragmoplastos nas células cambiais. O câmbio é ativo em Mogi Guaçu por seis meses, enquanto que em Ilhéus por cerca de dez meses. A atividade cambial é principalmente influenciada pela pluviosidade, e os períodos de inatividade estão relacionados com o déficit hídrico no solo. No desenvolvimento do xilema secundário, os elementos de vaso são as primeiras células a se diferenciarem. Após a expansão celular, há o rompimento do tonoplasto, e posteriormente, ocorre a deposição da parede secundaria e lignificação, com formação das pontoações e das guarnições, e delimitação da placa de perfuração. A última etapa é a lise do núcleo e hidrólise do conteúdo citoplasmático. A anatomia comparada do xilema coletado em Mogi Guaçu e em Ilhéus mostrou diferenças significativas para os seguintes parâmetros: diâmetro tangencial do elemento de vaso, relação diâmetro e comprimento do elemento de vaso, freqüência dos elementos de vaso por mm2, espessura da parede da fibra, comprimento da fibra. Os raios mostram uma tendência a serem mais largos nos espécimes de Ilhéus, embora esta diferença não seja estatisticamente significativa. Quanto às guarnições das pontoações intervasculares tem se que na abertura externa da pontoação são similares, sendo ramificadas e longas nos espécies das três regiões analisadas; porém na abertura interna da pontoação as guarnições são mais abundantes e ramificadas em indivíduos coletados em Mogi Guaçu e Campo Grande, onde há um maior período de déficit hídrico no solo por ano. O floema é composto por uma porção não condutora e uma porção condutora, que corresponde a 1/4 a 1/6 do floema secundário. Os elementos de tubo crivado e as células do parênquima floemático apresentam um arranjo tangencial alternado em muitos dos espécimes analisados. No floema não condutor são observadas esclereides. No início de sua diferenciação, ainda possuem núcleo, e a proteína P não dispersa. No floema de pau brasil não foi detectada a presença de marcadores de crescimento, como já visto em algumas espécies tropicais.

ASSUNTO(S)

xilema caesalpinia echinata xylem atividade cambial caesalpinia echinata cambial activity phloem floema

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