Periódicos científicos : a produção e a circulação da ciência = Scientific journals: production and circulation of the science of language in Brazil / Scientific journals : production and circulation of the science of language in Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/08/2012

RESUMO

Essa tese, inscrita no domínio da História das Ideias Linguísticas em uma articulação com a Análise de Discurso, apresenta um estudo sobre a produção e a circulação da Ciência da Linguagem no Brasil no espaço dos periódicos científicos. Inicialmente foi constituída uma listagem contendo um levantamento de periódicos científicos, instituições, editores, sumários e acontecimentos relacionados ao domínio do saber linguístico, entre os séculos XIX e XXI. A partir dessa relação foi possível propor uma periodização para as revistas científicas de linguagem dividindo-as em quatro partes: o primeiro período inicia-se em 1808 com a liberação da imprensa no Brasil, quando ainda não havia periódicos específicos de linguagem; o segundo período inicia-se com o surgimento das revistas de linguagem em 1910 com ênfase para os estudos filológicos; o terceiro período inicia-se na década de 1960 com o surgimento das primeiras revistas de Linguística; e o quarto período surge com o fortalecimento da pós-graduação, na década de 1990, que vai desencadear o aumento expressivo de revistas especializadas da área. Essa reflexão sobre as revistas mostra que elas surgem inicialmente ligadas a nome de pessoas, depois passam a ser editadas por academias, editoras, cursos de Letras, universidades, centros, associações e, hoje, a grande maioria está ligada a programas de pós-graduação e grupos de pesquisa. Como a política científica está necessariamente implicada na produção do conhecimento, foram analisados alguns programas desenvolvidos por órgãos de fomento para circulação do conhecimento, procurando pensar o lugar da circulação da Linguística na política científica. Concebendo os periódicos, assim como os congressos (Orlandi, 2002) e as associações (Pfeiffer, 2007) como lugar de representação da Linguística, foi possível perceber que até a década de 1950 a Linguística se mostra em defesa de um idioma nacional, construindo uma normatização para a Língua Portuguesa. Os professores, os estudiosos da língua estão preocupados com a formação do cidadão, com isso pôde-se ver uma linguística comprometida em ensinar à sociedade a gramática dessa língua, e isso representa na época a "arte" de falar e escrever corretamente. Pode-se dizer que a Linguística, introduzida no Brasil por Mattoso Câmara na década de 1940, começa a ganhar força e prestígio perante os estudos gramaticais a partir de 1960. Alguns acontecimentos colaboraram para o desenvolvimento da Linguística como a aprovação da NGB e a inclusão da Linguística nos cursos de Letras. Levando-se em conta ainda a aprovação da LDB, pode-se ver nos periódicos científicos uma linguística preocupada em formar um professor capaz de refletir sobre a língua. Com o surgimento e fortalecimento de associações e cursos de pós-graduação em Linguística percebe-se, dentre outras coisas, um deslizamento da Linguística para outros domínios, constituindo nessas articulações novos métodos, teorias e objetos de estudo que propõem à Linguística diversos desdobramentos e subdivisões, que disputam por um lugar autorizado/científico para dizer.

ASSUNTO(S)

linguística periódicos científicos análise do discurso representação (linguística) linguistic scientific journals discourse analysis representation (linguistics)

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