Perímetro cervical, uma medida à beira do leito relacionada com a mortalidade no acidente vascular cerebral isquêmico

AUTOR(ES)
FONTE

Revista da Associação Médica Brasileira

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-10

RESUMO

OBJETIVO: O objetivo do estudo é avaliar em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, os fatores clínico/demográficos, alterações do sono e a mortalidade após um ano. MÉTODOS: Trata-se de estudo prospectivo envolvendo 89 pacientes consecutivos (64,39 ± 8,51 anos) com AVC isquêmico agudo. Foram avaliados o risco elevado de apneia obstrutiva do sono (AOS) (questionário de Berlin), a sonolência diurna (Escala de Sonolência Epworth > 10) e a qualidade subjetiva do sono (Índice de Qualidade de Sono Pittsburgh > 5). O índice de massa corpórea, a relação cintura-quadril e o perímetro cervical (PC) foram estudados: PC aumentado foi definido se > 43 cm (homens) e > 38 cm (mulheres). Estimou-se a gravidade da doença pelo Índice de Barthel e pela Escala de Rankin modificada. O desfecho final foi o óbito após 12 meses. RESULTADOS: A mortalidade após um ano foi de 8,9%. Os pacientes que foram a óbito eram mais idosos (p = 0,006) e apresentavam PC aumentado (p = 0,02). O PC aumentado relacionou-se com a presença de diabetes, hipertensão arterial e risco elevado de AOS (teste exato de Fisher). As mulheres apresentavam, relativamente, maior PC. Entre todos, história familiar de doença cerebrovascular (74,2%), diabetes (33,7%) e hipertensão (78,6%) foram frequentes; obesidade (11,2%) foi incomum. Sonolência diurna (34,8%), má qualidade do sono (65,2%) e risco de AOS (58,42%) foram frequentes. CONCLUSÃO: Alterações do sono são frequentes no AVC isquêmico agudo. Mortalidade foi mais comum em pacientes mais idosos e com maior PC. No AVC isquêmico, o PC aumentado relaciona-se com a mortalidade e provavelmente constitui-se uma medida clínica importante a ser considerada.

ASSUNTO(S)

sono acidente vascular cerebral apneia do sono perímetro cervical mortalidade

Documentos Relacionados