Perguntas em terapia comunitária integrativa: um estudo em uma organização

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/12/2012

RESUMO

O objetivo do estudo foi compreender, a partir da realização de uma pesquisa-intervenção, o papel das perguntas feitas pelo terapeuta nas etapas de Contextualização e Problematização de uma Roda de Conversação em uma Organização. O processo dialógico conversacional que ocorre durante a Roda é mantido por perguntas, e com uma intenção o terapeuta as utiliza para obter mais informações, estabelecer relações entre fatos, conectar eventos e orientar trajetórias. Conhecer o papel das perguntas em Rodas de Conversação em ambiente Organizacional pode auxiliar na reflexão sobre a aplicação da Terapia Comunitária Integrativa (TCI) neste contexto. Constituem aspectos teóricos-metodológicos a adoção de pesquisa-intervenção, na qual realizou-se uma Roda de Conversação utilizando a TCI com 49 funcionários da área industrial de uma Organização do ramo sucroalcooleiro, localizada no interior do Estado de São Paulo. Também foi realizada uma entrevista com o protagonista. Seguiu-se o modelo de Roda proposto por Adalberto Barreto com seis etapas: acolhimento, escolha do tema, contextualização, problematização, rituais de agregação e avaliação. O material coletado com base nas narrativas dos participantes durante a contextualização, problematização e entrevista foi analisado buscando-se classificar as perguntas segundo modelo de Karl Tomm: perguntas Lineares, Estratégicas, Circulares e Reflexivas. Foram adotados os pressupostos teóricos novo-paradigmáticos do Pensamento Sistêmico, da Prática Narrativa e Postura Colaborativa, bem como da visão de Foucault a respeito do poder e conhecimento. Como resultados observou-se que perguntas Lineares foram feitas para se obter informações factuais ou com objetivo confirmatório após a realização de Editorial. Perguntas Estratégicas permitiram: apresentar um cenário mais amplo; reforçar a percepção do participante, propor reorientação de pensamento. As perguntas Circulares possibilitaram obter mais informações e explorar os assuntos apresentados, bem como ampliar a percepção do participante para novos espaços do sentir, agir e perceber; e, ainda, para entendimento de como eventos se conectam. Perguntas Reflexivas permitiram que ocorresse uma perturbação em processo circular preexistente; fosse apresentada a expressão de crenças e valores pessoais e do grupo; o protagonista se sentisse encorajado a se confrontar com uma questão e buscar recursos próprios, bem como vivenciar uma determinada situação no campo do sentir. Apesar de ficar evidente a importância do papel das perguntas em Rodas de Conversação, sendo o tipo de pergunta definido após a resposta, pode-se afirmar que, em contexto Organizacional, o Panóptico está claramente presente. Sua força articuladora entre o poder e o cotidiano de um grupo poderia impedir, pela coação, que não ocorresse um processo de subjetivação normalizado. É por meio do poder e de práticas de liberdade, que ocorre a produção de subjetividades e neste estudo, isto foi observado

ASSUNTO(S)

psicologia terapia comunitária integrativa perguntas prática narrativa postura colaborativa roda de conversação integrative community therapy questions narrative practice collaborative posture conversational round

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