Perfil sociodemográfico, hematológico e imunológico de crianças com paralisia cerebral tetraparética espástica

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A paralisia cerebral é caracterizada por um grupo de desordens no controle dos movimentos, da postura e do tônus muscular; não é progressiva e resulta de uma agressão ou anomalia do encéfalo nos primeiros estágios de seu desenvolvimento. A forma tetraparética espática é considerada o tipo mais grave de paralisia cerebral, em razão de complicações clínicas, tais como: deficiência mental, crise convulsiva, deformidades ortopédicas, refluxo gastroesofágico, desnutrição, déficits auditivos, visuais e de linguagem, bem como dificuldade ou incapacidade de locomoção e de se movimentar. Este estudo teve por objetivo traçar o perfil sociodemográfico, hematológico e imunológico de crianças com paralisia cerebral tetraparética espástica, buscando identificar os prováveis fatores de risco para infecções respiratórias. Participaram da pesquisa 30 crianças, de 2 a 12 anos de idade, de ambos os gêneros, que tinham como diagnóstico clínico a paralisia cerebral tetraparética espática, com e sem relato de pneumonia. Os pacientes foram divididos em dois grupos, 20 pacientes com história de pneumonia e 10 pacientes sem história de pneumonia. O estudo foi realizado por meio da associação entre as seguintes instituições: Universidade Católica de Goiás, Associação Pestalozzi de Goiânia, APAE (Goiânia), CEAD e CORAE, no período de novembro de 2005 a maio de 2006. Neste estudo, grande parte das famílias das crianças com paralisia cerebral tetraparética espástica era constituída por três a cinco pessoas e possui um baixo poder aquisitivo. Os fatores clínicos mais encontrados foram nível V de comprometimento motor, microcefalia, hidrocefalia, refluxo gastroesofágico, crise convulsiva e déficit cognitivo, porém não obtiveram relevância estatística como fatores de risco para infecções respiratórias. Nas avaliações hematológicas e imunológicas, foram observados níveis menores de imunoglobulinas IgM, IgA e IgG, índice fagocitário de neutrófilos e maior reatividade da proteína C-reativa nos pacientes com relato de pneumonia, porém sem significância estatística. Os índices hematimétricos e plaquetários e os valores relativos e absolutos de leucócitos encontravam-se dentro dos parâmetros de normalidade para todos os pacientes. O estudo mostra que as infecções respiratórias são as principais causas de internação dos pacientes com paralisia cerebral tetraparética espástica. A realização deste estudo, por meio da associação entre as instituições referidas, possibilitou o conhecimento das condições clínicas, hematológicas e imunológicas de crianças com paralisia cerebral tetraparética espástica, bem como o conhecimento da realidade sociodemográfica de suas famílias. Os resultados mostraram que as condições que propiciam as infecções respiratórias em crianças com paralisia cerebral tetraparética espástica são multifatoriais, o que torna difícil delimitar fatores de risco isoladamente.

ASSUNTO(S)

crianÇas tetraparÉtica espÁstica hematologia imunologia sociodemografico ciencias da saude infecÇÃo respiratÓria paralisia cerebral perfil

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