Perfil epidemiológico dos distúrbios hipertensivos na gravidez

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A pré-eclâmpsia é uma doença que pode evoluir com alta morbidade tanto para a mãe quanto para o feto. A incidência dessa doença no mundo é variável e não há dados sobre esse distúrbio em população brasileira. Este trabalho teve como objetivo determinar a incidência e os fatores de riscos envolvidos nos distúrbios hipertensivos durante a gravidez em um bairro de Natal, RN, Brasil, sendo realizado um estudo prospectivo tipo coorte, com o objetivo de avaliar o desenlace da gravidez de 242 mulheres que engravidaram entre 2004-2007, em uma área delimitada. A incidência dos distúrbios hipertensivos foi de 17%, enquanto a incidência de pré-eclâmpsia foi de 13,8%. A média de idade das mulheres que evoluíram com distúrbio hipertensivo foi de 27,4 (DP 7,9) anos, sendo que as que evoluíram com pré-eclâmpsia foi de 26,6 (DP 7,8) anos e as normotensas foi 23,9 (DP 5,8), (p=0,002). É observado um aumento significativo do distúrbio hipertensivo com a idade (p=0,0265). A idade gestacional das mulheres que evoluíram com pré-eclâmpsia foi menor que a das mulheres que evoluíram com gravidez normotensa (p=0,0002), enquanto o índice de massa corpórea (IMC) foi maior, sendo 25,8 (DP=3,9), ao passo que nas mulheres normotensas foi de 23,5 (DP=3,7), (p=0,02). Os níveis de triglicerídeos e colesterol observados foram mais elevados nas mulheres com pré-eclâmpsia do que nas mulheres normotensas, p=0,0502 e p=0,0566, respectivamente. Seis (6) mulheres apresentaram pré-eclâmpsia severa e uma (1) desenvolveu Síndrome HELLP. A resolução do parto por cesariana foi realizada em 70% das mulheres que evoluíram com distúrbio hipertensivo, enquanto nas normotensas esse percentual foi de 23,6% (p<0,001). O seguimento, um ano após o parto, revelou que 50% das mulheres com distúrbios hipertensivos na gravidez se mantêm hipertensas. Não houve complicações maiores ou morte materna. A incidência de distúrbios hipertensivos e de pré-eclâmpsia é elevada, sendo que 30% destas estavam situadas nas faixas de risco. O IMC elevado no início da gravidez é um fator de risco para distúrbio hipertensivo. O risco de complicação grave na pré-eclâmpsia é elevado, com iminência de eclâmpsia ocorrido em 20,1% do total de mulheres afetadas pelo distúrbio hipertensivo da gravidez. O adequado acompanhamento do pré-natal e a oportuna assistência ao parto podem minimizar as complicações oriundas da hipertensão na gravidez e evitar a morte materna, embora o risco da mulher permanecer hipertensa seja elevado

ASSUNTO(S)

pré-eclampsia hipertensão na gravidez epidemiologia ciencias da saude hypertensive pregnancy preeclampsia epidemiology

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