Perfil do atendimento oncológico e utilização de quimioterápicos em pacientes do Hospital Mário Penna

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O Hospital Mário Penna (HMP) é uma instituição filantrópica especializada em oncologia que possuí 60 leitos. Ele é mantido pela Associação dos Amigos do Hospital Mário Penna, entidade de caráter assistencial e sem fins lucrativos. O HMP é classificado pelo Ministério da Saúde como CACON II (Centro de Alta Complexidade em Oncologia II), sendo referência no estado de Minas Gerais por ser o único hospital de Belo Horizonte, capital do estado, a tratar unicamente doentes oncológicos. A grande maioria dos pacientes são pessoas carentes e originários de outras unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O presente trabalho apresenta os resultados de cinco anos (2000 a 2004) de coleta e consolidação de dados do Registro Hospitalar de Câncer (RHC), compara os casos analíticos e não analíticos atendidos nesse período no HMP e também analisa o consumo de medicamentos quimioterápicos, nos tumores mais incidentes no segundo semestre do ano de 2006, comparando-os com os protocolos recomendados por instituições de referência, tais como: National Comprehensive Cancer Network (NCCN), National Cancer Institute (NCI) e Associação Médica Brasileira/Conselho Federal de Medicina (AMB/CFM). O RHC possui papel relevante como fonte de informações sobre diagnóstico, tratamento e evolução de pacientes. As informações são colhidas a partir dos prontuários médicos e alimentam o software SISRHC, que foi desenvolvido pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) especificamente para o processamento eletrônico de dados de base hospitalar. Os resultados mostraram que 7.446 pacientes foram classificados como analíticos, isto é, aqueles que tiveram seu diagnóstico definido e realizaram o tratamento no hospital, sendo 51,6% do gênero masculino. Os tumores de colo do útero, próstata, esôfago e mama corresponderam a 50% do total de casos e observou-se que 93,4% dos pacientes chegaram ao hospital sem tratamento prévio. A ausência de informações sobre estadiamento foi observada em 58,0% dos casos. Os casos não analíticos corresponderam a 4.081 pacientes, sendo 54,5% do gênero feminino. Os tumores mais incidentes também foram os de colo do útero, mama, próstata e esôfago, com aproximadamente 56% do total. O número de pacientes que chegou à Instituição sem tratamento anterior variou de 66% a 79%. A média de casos sem informação sobre estadiamento foi de 67%, superior à média dos casos analíticos. A análise de consumo de medicamentos quimioterápicos foi realizada no período de julho a dezembro de 2006 e mostrou que 491 pacientes iniciaram tratamento quimioterápico no HMP. Ao contrário do perfil geral dos casos, o gênero feminino foi maioria, 327 pacientes, perfazendo 66,6% dos casos. A utilização desses medicamentos foi analisada nos tumores de mama, estômago, colo do útero, próstata e bexiga e a comparação com as recomendações, verificadas nos compêndios médicos nacionais e internacionais, demonstrou que o tratamento disponibilizado aos pacientes tratados no HMP e pago pelo SUS esteve de acordo com o preconizado pela literatura científica mundial.

ASSUNTO(S)

câncer tratamento teses. farmácia teses. medicamentos utilização teses. oncologia teses. quimioterapia teses.

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