Perfil de memória e ativação de linfócitos T na leishmaniose visceral

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/12/2010

RESUMO

A Leishmaniose visceral (LV) nas Américas é uma doença causada pela espécie Leishmania infantum chagasi (L.i.chagasi). A forma clínica evolutiva pós-infecção depende da resposta imune do hospedeiro vertebrado, que é geneticamente mediada. Este estudo teve como objetivo avaliar a resposta imune de indivíduos residentes em área endêmica para LV no estado do Rio Grande do Norte, considerando indivíduos com LV em tratamento (n=9), indivíduos curados de LV <1 ano (n=10) e >10 anos pós-tratamento (n=9), indivíduos residentes em áreas endêmicas (n=7) aparentemente não infectados, indivíduos que perderam a resposta DTH (n=6) e indivíduos assintomáticos para LV (n=9). Células de sangue periférico foram avaliadas em presença e na ausência de antígenos solúveis de Leishmania (SLA) e ex-vivo, para determinação da ativação, da presença de células regulatórias e de células de memória. A parasitemia e anticorpo anti-Leishmania foram determinadas, respectivamente, por qPCR e ELISA. Células oriundas de indivíduos com LV em tratamento apresentaram menor ativação celular pós-estímulo com SLA para os marcadores CD4/CD69, CD8/CD69 e para CD8/CD25 quando comparado com LV pós-tratamento (p<0,001). Indivíduos aparentemente não infectados apresentam maior ativação celular que LV sintomático (p<0.001), com exceção do marcador CD8/CD25 (p=0,6662). Por outro lado, na condição ex-vivo, diferenças significativas foram observadas para CD4/CD69, CD8/CD69 e CD8/CD25 devido a uma maior ativação celular presente em células de indivíduos LV sintomáticos (p<0,001). Indivíduos LV sintomáticos, ex vivo, apresentam um menor percentual de células de memória (CD4/CD45RO CD8/CD45RO) do que indivíduos com LV póstratamento ou controles (p=<0.01). Da mesma forma, indivíduos com LV sintomáticos apresentam uma menor quantidade de células regulatórias quando estimuladas por SLA [CD4/CD25 (p= 0,0022) e CD4/FOXP3 (p= 0,0016)] e na condição ex-vivo (p=0.0017). Finalmente, pacientes com LV clinicamente recuperados permaneceram com parasitemia, determinado por qPCR, dando suporte à hipótese de cura clínica não estéril para infecção por Leishmania. Pacientes com LV recuperado, mesmo 10 anos pós-tratamento mantêm níveis elevados de células de memória, que pode ser devido à presença de antígenos de Leishmania, seja devido à re-exposição à Leishmania ou por uma provável cura não estéril

ASSUNTO(S)

resposta imune ativação celular memória imunológica leishmaniose visceral bioquimica immune response cellular activation immune memory visceral leishmaniasis

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