Perfil de imunoglobulinas G e suas subclasses em recém-nascidos com toxoplasmose congênita em Minas Gerais, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/05/2011

RESUMO

Toxoplasma gondii possui importância médica e veterinária, sendo um patógeno oportunista em pacientes imunocomprometidos e fetos de mães recentemente infectadas. Entre novembro/2006 e maio/2007, foram identificados 220 recém-nascidos positivos para IgM anti-T. gondii e suas respectivas mães entre 146.307 crianças estudadas, participantes do Programa Estadual de Triagem Neonatal em Minas Gerais. A toxoplasmose foi confirmada em 190 crianças apresentando anticorpos IgG persistentes até o 12º mês de vida, enquanto 45 tiveram o diagnóstico de toxoplasmose congênita descartado. O objetivo do presente trabalho foi estabelecer uma comparação entre os resultados do teste de ELISA destes recém-nascidos com toxoplasmose congênita, quando utilizados antígenos solúveis (STAg) e recombinantes (rSAG1 e rMIC3) de T. gondii, associando as subclasses de IgG aos sinais clínicos encontrados nos mesmos, além de comparar a sorologia das mães e dos recém-nascidos. Foram avaliadas 175 crianças dentre as 190 com toxoplasmose congênita confirmada e 42 dentre as 45 com diagnóstico negativo. As proporções de amostras reativas de recémnascidos infectados e aqueles não-infectados foram distintas ao realizar ELISA utilizando antígenos recombinantes. Todos os antígenos testados apresentaram alta sensibilidade e baixa especificidade para detectar IgG total e IgG1 anti-T. gondii em crianças com toxoplasmose congênita e baixa sensibilidade e alta especificidade para detectar IgG3 e IgG4. Diferença na proporção entre recém-nascidos infectados com mães não-infectadas e recém-nascidos não-infectados com mães infectadas foi observada, demonstrando a produção de anticorpos anti-T. gondii pelo feto infectado durante a gestação. Maior chance de se detectar IgG total anti-T. gondii pelo teste de ELISA em crianças sem lesões oculares quando comparadas com crianças com lesões ativas e cicatrizadas foi observada, enquanto a detecção de IgG2 e IgG4 anti-T. gondii relacionou-se com lesão ocular, quando comparada com crianças sem lesões. Relação entre o ELISA e casos de alterações neurológicas foi observada para IgG2 e IgG4 anti- T. gondii, enquanto IgG3 foi relacionada com crianças sem alterações neurológicas. A partir desses resultados, pode-se afirmar que antígenos recombinantes, em conjunto com a pesquisa de subclasses de anticorpos IgG são importantes ferramentas diagnósticas indiretas capazes de predizer as possíveis alterações encontradas em recém-nascidos com toxoplasmose congênita

ASSUNTO(S)

parasitologia teses.

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