Perfil da utilizaÃÃo de medicamentos entre os estudantes da Universidade Federal de Pernambuco

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A busca por medicamentos permeia os valores, conceitos e prÃticas associados à saÃde e à doenÃa independentemente da cultura, da histÃria, da posiÃÃo econÃmica ou social do indivÃduo. Observa-se, em linhas gerais, a tendÃncia a tomar pÃlula ao menor sintoma de mal-estar e atà preventivamente, perseguindo-se a busca de âsoluÃÃoâ imediata para as enfermidades ou sintomas, por vezes, menores, a fim de nÃo interromper as atividades cotidianas ou possibilitar um pronto retorno a elas. Neste contexto, surge a automedicaÃÃo, caracterizada fundamentalmente pela iniciativa do doente, ou de seu responsÃvel, em obter ou produzir e utilizar um produto que acredita que lhe trarà benefÃcios no tratamento de doenÃas ou alÃvio de sintomas. à um procedimento terapÃutico aceito e adotado por todas as civilizaÃÃes, em todos os tempos, com caracterÃsticas peculiares a cada Ãpoca e a cada regiÃo. Considerando que a automedicaÃÃo constitui um grave problema de saÃde pÃblica, objetivou-se analisar o uso de medicamentos entre os estudantes de graduaÃÃo da UFPE matriculados nos cursos dos Centros de CiÃncias da SaÃde e de Tecnologia e GeociÃncias. Foi utilizado um questionÃrio padronizado pelo investigador com perguntas que relacionavam o uso de medicamentos num perÃodo recordatÃrio de 15 dias e o uso regular de medicamentos sem fazer alusÃo ao tempo. As informaÃÃes de 400 estudantes foram coletadas no perÃodo de maio a junho de 2005. As associaÃÃes entre as variÃveis foram verificadas atravÃs do teste do qui-quadrado e as diferenÃas foram consideradas estatisticamente significantes quando p<0.05. Os medicamentos foram agrupados de acordo com a classificaÃÃo anÃtomo-terapÃutica (ATC). 64.8% dos estudantes afirmaram ter feito uso de algum medicamento nos Ãltimos 15 dias que antecederam à entrevista. Deste total, 37.3% o fizeram atravÃs de prescriÃÃo mÃdica, e 62.7% atravÃs da automedicaÃÃo. Os medicamentos mais utilizados neste intervalo de tempo foram as vitaminas (24.1%), seguidas dos analgÃsicos/antitÃrmicos (23.1%). Dentre os motivos apontados para este consumo, destacou-se a dor, em 27.8% dos casos, seguida de prevenÃÃo de resfriados/ suplementaÃÃo alimentar, 16.1%. O uso regular de medicamentos sem receita foi confirmado por 74.0% dos participantes. 9.5% dos estudantes afirmaram fazer uso de antibiÃticos sem receita mÃdica e 63.5% consideraram que tinham algum conhecimento sobre resistÃncia bacteriana. O uso regular de vitaminas foi apontado por 20.8% dos estudantes, e 39.8% faziam uso diÃrio desse tipo de produto. O medicamento aparece nas formaÃÃes sociais capitalistas como uma das materializaÃÃes ou sÃmbolos de saÃde. Observa-se que o consumo elevado, e, em particular, atravÃs da automedicaÃÃo à generalizado. Independe da Ãrea de conhecimento, grau de escolaridade, grupo etÃrio e renda. PorÃm, entre os estudantes da Ãrea de saÃde, o maior conhecimento parece tornÃ-los mais confiantes a fazer o uso por conta prÃpria, o que nÃo necessariamente à feito de forma adequada. Urge, no entanto, promover uma conscientizaÃÃo o mais precocemente possÃvel, especialmente, entre os futuros profissionais de saÃde para que eles possam se tornar agentes multiplicadores de educaÃÃo em saÃde, capazes de prevenir problemas e minimizar os riscos quando da utilizaÃÃo de medicamentos

ASSUNTO(S)

utilizaÃÃo de medicamentos saude coletiva automedicaÃÃo self-medication farmacoepidemiologia pharmacoepidemiology drug utilization

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