Perfil da frequência de micronúcleos e de danos no DNA de diferentes espécies de peixes do lago Paranoá, Brasília - DF, Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O comprometimento da qualidade da água, devido às atividades humanas, chama a atenção para os desequilíbrios ecológicos. Dentre os diversos fatores que contribuem para a poluição do ambiente aquático estão à emissão de efluentes industriais, domésticos ou de origem desconhecida. Portanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar as águas do Lago Paranoá no Distrito Federal, de modo a verificar a genotoxicidade do ambiente por meio de peixes nativos e exóticos que habitam o lago. Foram realizadas cinco coletas em pontos distintos do lago, sendo quatro pontos nos braços (do Torto, Bananal, Riacho Fundo e do Gama) e um na zona central (Ermida Dom Bosco). Após a coleta das espécies Geophagus brasiliensis (acará amarelo), Cichla temensis (tucunaré), Hoplias malabaricus (traíra), Astyamax binaculatus lacustres (lambari), Oreochromis niloticus (Tilápia do Nilo), Cyprinus carpio (carpa), Steindacnerina insculpita (sagüiru), foram aplicadas metodologias do teste de micronúcleo, anomalias nucleares e o ensaio do cometa. A partir destes resultados pode-se verificar que a espécie Cichla temensis foi a que apresentou maior freqüência de micronúcleos e a espécie Steindacnerina insculpita o maior índice de danos, dados encontrados por meio dos testes de MN e cometa, respectivamente. Além dos testes genotóxicos, foi realizada uma análise morfológica das gônadas de O. niloticus. Como controle positivo, utilizou-se o nonilfenol, conhecido poluente industrial, com efeito, sabidamente estrogênico. Os ensaios de genotoxicidade (micronúcleos e cometa) aplicados com nonilfenol apresentaram resultados negativos. Na concentração de 16 L/L, observamos alterações gonadais como o aumento do tamanho dos ovócitos, bem como precocidade no processo de maturidade sexual em ambos os sexos. A análise morfométrica das gônadas femininas mostrou um aumento de duas vezes dos ovócitos tipo V nos animais tratados em relação aos ovócitos do controle. Estes resultados foram utilizados como parâmetros para a avaliação dos efeitos do efluente final das estações de tratamento de esgoto da Asa Norte e Sul. Os efluentes finais das estações de tratamento de esgoto não apresentaram diferenças significativas na classificação dos estádios de maturação em relação ao controle, sobre as gônadas de O. niloticus expostas por 72 horas e submetidas aos mesmos ensaios do nonilfenol.

ASSUNTO(S)

nonilfenol genotoxicidade lago paranoá desreguladores endócrinos micro-núcleo cometa medicina

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