Perda de peso e estudo morfométrico da mucosa intestinal de ratos submetidos à ressecção subtotal de intestino delgado: influência do uso de dieta com glutamina

AUTOR(ES)
FONTE

Revista do Hospital das Clínicas

DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

A síndrome do intestino curto é responsável por alterações metabólicas que comprometem o estado nutricional do paciente. A glutamina é nutriente essencial para os enterócitos. OBJETIVOS: Estudou-se o efeito da administração de dieta com glutamina, em ratos submetidos à ressecção subtotal do intestino delgado, avaliando a perda de peso pós-operatória e a morfometria da mucosa intestinal. MÉTODOS: Foram constituídos três grupos de ratos Wistar machos recebendo as seguintes dietas: com glutamina (grupo EG), sem glutamina (grupo EsG), e a dieta padrão do laboratório (grupo ER). A ressecção intestinal foi realizada em todos os animais incluindo-se a válvula íleo-cecal, com remanescente jejunal de apenas 25cm a partir do piloro, anastomosado látero-lateralmente ao cólon ascendente. A diferença entre o peso inicial real e ao final do experimento no 20º dia pós-operatório foi registrada antes do sacrifício. Fragmentos de mucosa do duodeno e jejuno foram colhidos e corados com hematoxilina-eosina. Realizou-se o estudo morfométrico da mucosa intestinal, por meio de sistema digital associado ao microscópio ótico. Mediu-se a altura das vilosidades, a profundidade das criptas e a extensão total da mucosa intestinal. RESULTADOS: A perda de peso entre os três grupos não diferiu estatisticamente. A análise da morfometria da mucosa intestinal mostrou diferença significativa: 1) animais do grupo Enterectomia com Glutamina (EG) apresentaram vilosidade duodenal significativamente maior que o grupo EsG (p< 0,05), mas não diferiram do grupo que recebeu dieta padrão do laboratório (ER); 2) nas medidas da vilosidade jejunal, cripta jejunal e mucosa jejunal, o grupo Enterectomia com Glutamina (EG) apresentaram maior altura, profundidade e extensão, respectivamente, em relação ao grupo Enterectomia sem glutamina (EsG) (p<0,05), porém não diferiu estatisticamente do grupo dieta padrão do laboratório (ER). CONCLUSÕES: A oferta de dieta oral acrescida de glutamina não contribui para reduzir a perda de peso dos animais submetidos à ressecção intestinal extensa, em comparação a dieta padrão, mas apresentou melhor efeito na adaptação intestinal.

ASSUNTO(S)

glutamina síndrome do intestino curto mucosa intestinal

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