Percepção e inteligência na filosofia de Bergson
AUTOR(ES)
Paulo César Rodrigues
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
A questão que elegemos aqui, como via de acesso ao pensamento do autor, interroga pela natureza do sujeito empírico. Para examiná-la em seu detalhe, foi preciso empreender uma dupla investigação: da estrutura da percepção e da inteligência. No estudo da percepção, constatamos que Bergson inverteu o paradigma da tradição e pensou a experiência sensorial como decorrência dos interesses ativos do sujeito, libertando-o inicialmente de todo compromisso epistemológico. A percepção, portanto, pôde ser pensada a partir da categoria ação possível. Posteriormente, notamos que o mesmo se passou com a inteligência, uma vez que nossa própria faculdade de conhecimento foi concebida como um resultado empírico da percepção, da ação e dos hábitos que aí se articulam, muito embora Bergson reserve à inteligência, já no contexto de suas teses últimas, um sentido metafísico passível de ser apreendido unicamente pela intuição. É, por certo, essa oscilação entre o sentido empírico e o sentido metafísico da subjetividade que instaura no bergsonismo uma dualidade não apenas epistemológica, entre duas modalidades de conhecimento, intuitivo e intelectual; mas também ontológica, entre a positividade plena do real e a negatividade que o inverte, criando o sujeito inteligente e a realidade da matéria sobre a qual ele se aplica. Semelhante ambigüidade estará presente em todo o nosso trabalho, uma vez que a circunscrição do sujeito empírico não veda nosso acesso à superabundância temporal do Ser, a qual excede o âmbito da experiência comum, sempre organizada no horizonte prático da percepção e da inteligência.
ASSUNTO(S)
subjetividade memória subjectivité perception percepção (filosofia) mémoire duration et élan vita inteligência filosofia intelligence
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2913Documentos Relacionados
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