Percepção do medo de ser contaminado pelo novo coronavírus

AUTOR(ES)
FONTE

J. bras. psiquiatr.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-03

RESUMO

RESUMO Objetivo: Avaliar a prevalência e os fatores associados à percepção do medo de ser contaminado pelo novo coronavírus. Métodos: Estudo transversal realizado em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, com indivíduos de ambos os sexos e 18 ou mais anos de idade. Coleta on-line de dados sociodemográficos, de saúde, de comportamento e de conhecimento acerca do vírus. Análise estatística descritiva e cálculo de prevalência e de razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas. Resultados: Amostrados 920 participantes, com 64% de prevalência de medo de contaminação, sendo maior em indivíduos que trabalham (RP = 1,10; IC95 1,02-1,20), com idosos no domicílio (RP = 1,18; IC95 1,17-1,19), percepção negativa da saúde (RP = 1,15; IC95 1,02-1,31), avaliação de elevado risco de contaminação (RP = 1,30; IC95 1,23-1,38), com no mínimo um dos principais sinais/sintomas na semana anterior (RP = 1,12; IC95 1,11-1,13), que realizam maior número de medidas preventivas (RP = 1,27; IC95 1,15-1,40), vacinados contra a gripe (RP = 1,08; IC95 1,07-1,10) e que sabem que pertencem ao grupo de risco (RP = 1,17; IC95 1,14-1,19). Menor probabilidade do desfecho observada em idosos (RP = 0,74; IC95 0,60-0,91), profissionais ou estudantes da saúde (RP = 0,82; IC95 0,81-0,83) e em não fumantes (RP = 0,86; IC95 0,79-0,94). Conclusões: Observou-se elevada proporção de medo entre os participantes, especialmente entre aqueles que se percebem sob maior risco. Considerando o importante papel do medo na saúde mental das pessoas, os achados indicam a importância de intensificar ações educativas e informativas, visando ampliar o esclarecimento da população e reduzir os impactos da pandemia nesse aspecto.

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