Percepção de risco em relaçao à saúde bucal de indivíduos cadastrados em um Núcleo de Saúde da Família de Ribeirão Preto-SP, 2006 / Risk Perception related to Oral Health among Persons Registered at a Family Health Center in Ribeirão Preto-SP, 2006

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O objetivo geral desta pesquisa foi conhecer a percepção de risco, relacionada à saúde bucal, de indivíduos cadastrados em um Núcleo de Saúde da Família (NSF), no município de Ribeirão Preto-SP, por meio da identificação das crenças, atitudes e conhecimentos desses indivíduos sobre os fatores de risco relacionados ao tema. Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter descritivo e exploratório, com variáveis quantitativas e qualitativas. A população do estudo foi constituída por 77 cuidadores de famílias cadastradas no NSF-1, da zona oeste do município. Os dados empíricos foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada e levantamento documental. A análise e organização dos dados coletados foram divididas em duas etapas. Os dados quantitativos foram apresentados em 4 partes: caracterização socioeconômica e cultural dos sujeitos; conhecimentos relacionados à saúde bucal; crenças/valores relacionados à saúde bucal; e, comportamentos/atitudes relacionados à saúde bucal. Alguns dados qualitativos foram agrupados em categorias de respostas e outros foram analisados pela metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), sendo subdivididos em 4 unidades temáticas. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (80,5%), mães (68,8%), com predomínio das faixas etárias entre 51 a 60 anos (31,2%) e de mais de 60 anos (33,8%). Entre os cuidadores pesquisados 49,4% apresentavam o ensino fundamental incompleto e 40,3% apresentavam renda entre R$1500,00 e R$3000,00. Grande parte dos sujeitos (71,4%) afirmou que não exercia nenhum trabalho fora de casa. Muitos entrevistados (63,6%) afirmaram ter algum problema de saúde; foi referida por 89,6% dos sujeitos da pesquisa a existência de uma relação entre saúde bucal e saúde geral dos entrevistados; 58,4% afirmaram não apresentar nenhum problema na boca. Com relação à durabilidade dental, 53,2% dos sujeitos responderam que esta dependia de cuidado. O creme dental foi citado por 40,2% dos entrevistados, como produto que contém flúor. O auto-exame para detecção de câncer bucal, segundo os entrevistados, nunca havia sido realizado por 88,3% deles. Mais da metade dos sujeitos (53,2%) disse que nunca tinha recebido orientação para evitar problemas bucais. A saúde bucal foi considerada boa por 40,3% dos entrevistados; no entanto, 58,4% afirmaram que necessitavam de tratamento dentário. O uso de alguma medicação diariamente foi relatado por 70,1% dos indivíduos. Quanto aos hábitos de higiene oral, 98,7% dos entrevistados afirmaram que escovavam os dentes, 97,4% dos sujeitos afirmaram que possuíam escova dental própria e 57,1% das pessoas relataram fazer uso do fio dental. O uso de prótese foi referido por 72,7% dos entrevistados; todos os sujeitos referiram já ter visitado o dentista alguma vez na vida, sendo que 50,6% afirmaram que a última ida ao dentista tinha sido há menos de 1 ano e 51,9% disseram que essa visita tinha sido a um serviço privado liberal. Somente 24,7% dos sujeitos afirmaram comer alimentos doces pelo menos 1 vez por dia; a ingestão de refrigerantes de 2 a 3 vezes por semana foi relatada por 31,2% das pessoas. A ingestão de café, chá ou leite com açúcar uma vez por dia, foi referida por 48,1% dos sujeitos. Os resultados sugerem uma percepção de risco dos indivíduos sobre saúde bucal positiva, embora ainda devam ser trabalhados alguns conceitos e crenças sobre o tema com essa população. Os conceitos de saúde e doença para os sujeitos da pesquisa, apesar de apresentarem fortes expressões do biologicismo, revelam influências do teocentrismo, do higienismo e preventivismo, em direção a uma concepção ampliada de Saúde.

ASSUNTO(S)

risk perception family health percepção de risco saúde bucal oral health saúde da família

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