Percepção de risco da infecção pelo HIV entre adolescentes grávidas no Distrito Federal / Perceived risk of HIV infection among pregnant teenagers in the Federal District

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A elevada freqüência de gravidez entre adolescentes tem revelado práticas sexuais desprotegidas com conseqüente risco de adquirir DST/HIV/aids. Realizou-se um estudo transversal com objetivo de analisar a percepção de risco da infecção pelo HIV entre as adolescentes grávidas, atendidas pela rede pública de saúde do Distrito Federal. Foram entrevistadas, de abril a novembro de 2009, 336 gestantes de 13 a 19 anos de idade. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da SES/DF (Parecer 033/2009). O banco de dados foi realizado por meio do software SPSS e na análise estatística utilizou-se o teste 2 de Pearson. A média e a mediana em relação à idade foram de 17,4 anos e 18,0 anos, respectivamente. A maioria das entrevistadas era casada/união consensuada (60,0%), a religião predominante foi à católica (53,0%). A maior parte das entrevistadas considerou-se de cor parda, 65,2% das adolescentes não freqüentava escola e 21,7% assinalaram atividade laboral. No que se refere à renda familiar 68,2% viviam com até dois salários mínimos. Quanto aos hábitos de vida 20,9% revelaram o consumo de álcool pelo menos uma vez por semana, 11,6% fumavam regularmente e 7,7% admitiram o consumo de drogas ilícitas. A primeira relação sexual ocorreu em média aos 14,8 anos de idade, 64,0% usaram preservativo na primeira relação e 14,9% no último coito. Cerca de 23,0% das adolescentes registravam a segunda ou terceira gravidez. Houve um registro médio de 2,8 parceiros sexuais na vida. Mais de 80,0% das participantes assinalou não ter dificuldade na aquisição do preservativo. Quanto à percepção de risco em relação ao HIV, 33,3% perceberam o risco ao engravidar. As adolescentes com mais de um parceiro sexual na vida se perceberam mais em risco ao engravidar (p<0,014). Não houve significado estatístico na percepção do HIV ao engravidar em relação à idade (p<0,288), estado civil (p<0,080), escolaridade (p<0,160), religião (p<0,565), coabitação (p<0,111), número de gestações (p<0,984), freqüência de uso do preservativo (p<0,736) e consumo de bebidas alcoólicas (p<0,189). Um total de 25,0% das adolescentes se perceberam em risco de adquirir a infecção pelo HIV atualmente. Na análise considerando a percepção ou não de risco para adquirir o HIV atualmente as adolescentes casadas/união consensuada e as que coabitavam com parceiro perceberam menos o risco de se contaminarem com o HIV (p<0,000) e (p<0,001), respectivamente. Na comparação entre a percepção do risco atual de adquirir a infecção pelo HIV e a idade (p<0,447), escolaridade (p<0,0,521), religião (p<0,267), número de gestações (p<0,361), número de parceiros sexuais (p<0,083), freqüência do uso do preservativo (p<0,429) e consumo de bebida alcoólica (p<0,121), não houve significado estatístico. As principais fontes de informações sobre DST/aids foram à escola (26,2%), os profissionais de saúde (25,4%), os livros, revistas, televisão e a internet (22,2%). A orientação sobre gravidez ficou a cargo dos profissionais de saúde (28,1%), escola (18,3%) e pais (19,2%). Os resultados apontaram para a vulnerabilidade das adolescentes em relação ao risco de adquirir a infecção pelo HIV no Distrito Federal, evidenciando a necessidade de ações educativas multidisciplinares e interdisciplinares direcionadas a este grupo.

ASSUNTO(S)

infecção hiv hiv infection percepção de risco ciencias da saude adolescence risk perception adolescência

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