Percepção da violência perpetrada por parceiro masculino entre mulheres do Estado de São Paulo / Violence´s perception by intimate partner among women in São Paulo
AUTOR(ES)
Ana Karina Rios de Araújo Mathias
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
21/06/2011
RESUMO
Introdução: A não efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos decorre não somente da não intervenção do Estado ou da falta de iniciativa das mulheres em busca de seus direitos, mas também pela falta de reconhecimento por estas do que é violência. As mulheres nem mesmo se consideram em situação de violência, o que dificulta a busca efetiva por seus direitos. Objetivo: Avaliar a percepção de mulheres em relação à violência perpetrada por companheiro/parceiro em Municípios de São Paulo. Métodos: Foi realizado um estudo com abordagem quantitativa, com o desenvolvimento de um estudo descritivo, de corte transversal. O estudo foi realizado a partir da análise secundária de dados coletados de questionário que foi aplicado em mulheres usuárias de Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 15 Departamentos Regionais do Estado de São Paulo, no período de agosto/2008 a maio/2009. Foram entrevistadas 2379 mulheres de 18 a 60 anos. Resultados: Das mulheres entrevistadas, 1319 (55,7%) referiram ter sofrido alguma violência do companheiro durante a vida ao responderem afirmativamente a perguntas específicas sobre atos de violência. No entanto, 51,3% das entrevistadas não perceberam a agressão sofrida. De 2367 entrevistadas, 53,2% referiram violência psicológica, 31,8% física e 12,3% violência sexual. Entre estas, 50,3% não perceberam a violência psicológica, 35,3% a física e 23,7% não perceberam a violência sexual. As mulheres que referiram outras religiões (não protestante e não católica), as sem companheiro com casamento anterior, as categorizadas nas classes econômicas mais baixas, as mulheres com menor escolaridade e as que referiram religião protestante tiveram uma percepção mais frequente da violência sofrida [respectivamente OR 2,37 (1,52 a 1,69; 95% IC), OR 2,28 (1,60 a 3,25; 95% IC), OR 2,02 (1,29 a 3,18; 95% IC), OR 1,70 (1,08 a 2,62; 95% IC), OR 1,39 (1,14 a 1,70; 95% IC) e OR 1,39 (1,13 a 1,69; 95% IC)]. Conclusão: A prevalência de violência psicológica foi mais elevada, no entanto foi a agressão menos percebida (49,7%). Necessária a implementação de políticas de conscientização das mulheres a respeito dos atos que devem ser considerados como violência doméstica. Mudanças neste panorama de violência e percepção da violência só poderão ser alcançadas com o envolvimento de todos os profissionais das diversas áreas que atendem casos de violência.
ASSUNTO(S)
violência violência sexual percepção violence sexual violence perception
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000796552Documentos Relacionados
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