Pensando o impensável: intervenções do psicólogo de base psicanalítica em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/05/2012

RESUMO

O presente estudo emerge com base em minha prática como psicóloga em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI neonatal) e versa sobre as possibilidades de intervenção do psicólogo com os diferentes personagens desse cenário bebês, pais, familiares e equipe de saúde e em variadas situações, discutindo como tais intervenções podem operar efeitos terapêuticos e preventivos em termos de saúde mental. Com a finalidade de atingir tal objetivo, percorrem-se conceitos teóricos, sustentados no referencial psicanalítico, que auxiliam na compreensão dos fenômenos psíquicos vigentes e embasam as modalidades de intervenção; são eles: trauma, desamparo, angústia, luto e simbolização. Ademais, faz-se uma revisão da literatura sobre intervenção psicológica com bebês e em UTI neonatal, articulando tais ideias com as funções de cuidado propostas por Figueiredo (2009). A partir do método qualitativo de pesquisa, com uso da observação participante, do diário de campo e da análise de casos/situações, busca-se teorizar, rever e construir modalidades de intervenção psicológica nesse cenário, considerando a contextualização desse ambiente e as atividades lá desenvolvidas. Analisam-se cenas do grupo de pais da unidade, dois casos de visita de irmãos, dois casos de atendimento pais-bebê e um caso de atendimento em situação de óbito do recém-nascido. Evidencia-se que, resguardadas as especificidades de como promover intervenções com cada personagem desse contexto, é função primordial do psicólogo possibilitar condições para a instalação de lutos e simbolizações, processos esses rompidos ou abalados pelo traumático da situação e do paradoxo recém-nascido para a vida versus recém--nascido diante da morte/doença. Propõe-se a sustentação de uma clínica do holding (BENAVIDES; BOUKOBZA, 1997) e uma clínica do testemunho, ao operar as funções de holding (WINNICOTT, 1960) e de rêverie (BION, 1962), resgatando, instaurando ou mantendo a atividade psíquica em funcionamento, além da oferta de cuidados em rede e em cadeia. Em última instância, constata-se como tarefa fundamental do psicólogo a instauração de um espaço-tempo para o pensar

ASSUNTO(S)

psicologia psicanálise uti neonatal relação bebê-pais-equipe psicologia psychology psychoanalysis nicu relationship baby-parents-health team

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