Pedogênese e geoambientes como subsídios à criação do "Parque Estadual Serras do Ouro", porção sul do Espinhaço-MG / Pedogenesis and geoenviroments as creation subsidies of "Parque Estadual Serras do Ouro", Espinhaço-MG southern part

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O Brasil é considerado um dos países com a maior biodiversidade da Terra. A diversidade geomorfológica, geológica, climática e de solos contribuem diretamente para o desenvolvimento de diferentes formações vegetais. A Serra do Espinhaço é de notável relevância, pois constitui um ecossistema único no que se refere à formação geológica e florística. A Cadeia do Espinhaço possui aproximadamente 7.000 km2 de extensão e ocorre nos Estados da Bahia e de Minas Gerais. O limite sul da Cadeia é a Serra de Ouro Branco. A Serra do Espinhaço possui alta diversidade biológica, abrigando espécies raras, de elevada beleza cênica, monumentos e locais de relevância cultural e arqueológica. Esse reconhecimento gera novas perspectivas para a conservação da biodiversidade aliada ao desenvolvimento sócio-econômico. O presente trabalho tem como objetivo procurar entender a relação pedogenética, geomorfológica e sua influência na vegetação, buscando identificar e estratificar as unidades geoambientais com o uso de ferramentas de geoprocessamento, contribuindo com subsídios para propor a criação e a consolidação do "Parque Serras do Ouro", na região de OuroBranco, Minas Gerais. A área de estudo localiza-se em grande parte ao norte do município de Ouro Branco. Para a elaboração dos mapas foi utilizada a base cartográfica do IBGE em escala 1:50.000, imagens de satélites, mapas geológicos do Quadrilátero Ferrífero, quadrículas de Dom Bosco e Ouro Branco em escala 1:25.000. Foram gerados mapas temáticos por meio de observações à campo e pelas análises laboratoriais utilizando os programas ArcView 3.2, Arcmap 9.2 e Idrisi Kilimanjaro. Os grupos geológicos encontrados na área de estudo foram: depósitos quaternários, rochas ígneas, Supergrupo Rio das Velhas e Supergrupo Minas. O pH dos solos variaram de extremamente ácido a moderadamente ácido. Houve variação de 4,23 a 4,41. A pobreza emcátions básicos é em grande medida herdada do material de origem, representado principalmente por quartzitos e filitos e por cangas lateríticas. Os teores um pouco mais altos dos elementos Ca, Mg, Na e K nos horizontes superficiais, quando observados, são em função da presença de matéria orgânica. Verificou-se que 58% da área são de relevo forte ondulado e montanhoso e apenas 10 % correspondem a um relevo plano e suave ondulado. Observou-se que aproximadamente 39% da área possuem um risco à erosão forte e 49 % média. Em relação à aptidão agrícola os Latossolos foram classificados com aptidão 3 (ab), os Cambissolos com aptidão 5(n) e os Neossolos com aptidão 6. Foi possível separar dez classes geoambientais, com base nos atributos do solo: escarpasserranas com vellozia, colinas convexas, topos de canga, escarpas estruturadas com mata atlântica, serras e cristas com campo rupestre graminóide, escarpas com candeia, colinas convexas de mata atlântica, patamares com campo rupestre graminóide e colinas convexas de médio risco à erosão. A quantidade de carbono orgânico por hectare foi relativamente baixa. Os principais fatores limitantes do uso dos solos da área para fins agrícolas e pecuários estão relacionados à baixa fertilidade, aliado ao relevo fortemente ondulado a montanhoso e a baixa resiliência. A alta biodiversidade, a aptidão agrícola restrita à pastagem ou inapta, o alto risco à erosão, fatores históricos e a beleza cênica da área de estudo ratificam e colaboram para a criação do Parque Estadual Serras do Ouro.

ASSUNTO(S)

estoque de carbono geoambientes geoprocessamento ciencia do solo geoenviroments carbon stock gis

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