Pause and prosodic domains in dysarthria / Pausa e dominios prosodicos na disartria

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Com o objetivo geral de contribuir para estudos referentes ao nível fonológico da linguagem em condições patológicas, esta tese apresenta uma análise da inserção de pausa e estruturação dos domínios prosódicos na fala de dois sujeitos disártricos em decorrência de um acidente automobilístico. O principal objetivo é descrever as características prosódicas da fala disártrica de acordo com a teoria da Fonologia Prosódica, que postula, dentre outras coisas, que a linguagem oral é estruturada em domínios prosódicos. Uma abordagem prosódica e entonacional foi considerada a mais adequada para os dados, pois envolve evidências entonacionais, segmentais e rítmicas dos três domínios mais altos da hierarquia prosódica: a frase fonológica, a frase entonacional e o enunciado fonológico. A análise dos dados foi feita de acordo com a perspectiva teórica da Fonologia Prosódica (NESPOR &VOGEL, 1986) e Fonologia Entonacional (LADD, 1996) conforme usada por TENANI (2002) para analisar dados do Português Brasileiro. Os dados analisados consistem em três conjuntos de gravações: a) leitura de um texto; b) leitura de frases controladas experimentalmente do corpus de TENANI (2002) e c) fala espontânea e entrevistas. Os processos fonológicos implementados pelos disártricos nas fronteiras dos domínios prosódicos foram analisados de acordo com a proposta de TENANI (2002). Tais processos fonológicos foram: inserção de pausas, vozeamento da fricativa, tapping, haplologia, elisão, ditongação e degeminação. Para melhor descrever a alteração da fala disártrica, foi feita uma comparação entre os resultados de TENANI (2002) para sujeitos brasileiros adultos e os disártricos. Os resultados demonstraram evidências da preservação dos domínios prosódicos na fala dos sujeitos. A inserção de pausas foi o elemento prosódico mais utilizado para estruturar os domínios prosódicos. Em relação ao uso de pausas e o contorno entonacional, foi verificado que a associação de tons corresponde ao estudo de TENANI (2002). Quanto à implementação de processos fonológicos, o vozeamento da fricativa foi feito pelos sujeitos sobretudo dentro da mesma frase fonológica. Nas demais fronteiras consideradas, eles geralmente optaram pela inserção de pausas para estruturar domínios. O tapping, quando implementado, era feito somente dentro da mesma frase fonológica. A haplologia indicou importantes aspectos rítmicos na fala dos sujeitos. Quando aplicada, promovia um ritmo mais acentual na fala do disártrico mais grave. Ao não ser implementada na fala do sujeito levemente disártrico, indicava um ritmo mais silábico, que soava, para alguns ouvintes, como um sotaque estrangeiro espanhol. No que se refere à elisão e ditongação, a fala dos disártricos confirma os resultados de TENANI (2002), uma vez que eles implementam tais processos tanto dentro da mesma frase fonológica quanto entre elas. A degeminação, porém, foi bloqueada através da inserção de pausas

ASSUNTO(S)

lingua portuguesa - versificação lesão cerebral fonetica dysarthria phonetics brian injuries

Documentos Relacionados