Patrimônio, Memória e Espaço: a construção da paisagem açucareira do Vale do Ceará-Mirim

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de entender como a instalação da cultura açucareira ao longo do rio Ceará-Mirim definiu a organização espacial do Vale, configurando assim a paisagem. Esse espaço começou a ser definido somente na segunda metade do século XIX, quando se iniciou o cultivo da cana de açúcar nas terras localizadas nas margens do rio Ceará-Mirim. A passagem deste período de grande prosperidade pode ser observada através do patrimônio material ainda presente na região. Percorrendo o Vale, verificamos um número considerável de construções arquitetônicas, muitas em ruínas, ligadas a esse momento histórico. Essa percepção, causada por essas construções, nos leva há uma viagem ao passado, para um tempo caracterizado por casas-grande, engenhos, plantações de cana, senhores de engenho, escravos, etc. Os referenciais que nos levam a considerar os engenhos de açúcar localizados ao longo do Vale do Ceará-Mirim como patrimônio, que carregam toda uma bagagem histórica, remete-nos a primeira metade do século XX. Nesse período, a atuação de intelectuais do eixo Rio São Paulo através do movimento modernista será decisivo na constituição de uma identidade nacional. O patrimônio material identificado ao longo do Vale do Ceará-Mirim definiu a sua atual organização espacial, configurando a paisagem. Mas devemos conceber essa paisagem de duas formas: primeiro, como uma representação material das praticas sociais realizadas neste espaço, onde aspectos sociais, culturais, econômicos e ambientais interagiram para a sua formação; como também, uma paisagem que carrega toda uma bagagem histórica formada ao longo do século XX

ASSUNTO(S)

patrimônio arqueologia paisagem e cultura material historia heritage archaeology landscape and material culture

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