Patogenicidade e imunogenicidade de uma vacina atuanuada e vacina contendo proteínas e esporozoítos de Eimeria tenella em frangos de corte

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A epidemiologia da coccidiose aviária caracteriza-se por uma grande disseminação de oocistos no meio ambiente, podendo ocorrer significantes prejuízos em granjas com aves infectadas, fazendo-se necessárias, portanto, medidas profiláticas para o seu controle. Estas medidas são realizadas principalmente com o uso de anticoccídicos adicionados à ração. No entanto, o manejo incorreto e a falta de critérios definidos para o uso dessas drogas têm gerado sérios problemas de resistência. Somando-se a esse quadro, existe a pressão do mercado consumidor para banir drogas da alimentação animal. Pesquisas que visam à obtenção de vacinas para o controle da coccidiose são realizadas com a finalidade de buscar alternativas frente à quimioterapia usual. O presente trabalho teve como objetivos avaliar a patogenicidade e a imunogenicidade de uma cepa atenuada de E. tenella, bem como avaliar uma vacina de proteínas de esporozoítos da referida espécie na proteção contra o desafio homólogo de uma cepa virulenta. Aves fêmeas da linhagem Hubbard com três dias de idade, livres de coccídios e alojadas em baterias metálicas foram divididas em cinco tratamentos com três repetições cada. Os tratamentos foram designados por: T1 (controle não inoculado e não desafiado), T2 (inoculado com 500 oocistos da cepa atenuada via oral e desafiado) e T3 (controle não inoculado e desafiado). O T4 foi inoculado com 50µg de antígenos de esporozoítos associados ao adjuvante Quil A e desafiado e o T5 foi inoculado com adjuvante Quil A e PBS e posteriormente desafiado. Esses tratamentos foram realizados nos dias 0, 7 e 21 e o desafio foi realizado no dia 31 com oocistos esporulados de E. tenella na dose de 8,0x104. A cinética de anticorpos foi avaliada semanalmente e apresentou um aumento gradativo dos níveis de imunoglobulinas do tratamento T2 e T4 até atingir o pico no dia 21 (densidade óptica - DO - de 0,377 e 0,309, respectivamente), sendo que, em seguida, houve um decréscimo gradual desses níveis sem que ficasse abaixo da linha de corte (DO = 0,267). A análise da proliferação de linfócitos periféricos do sangue das aves, realizada no dia do desafio, mostrou uma maior proliferação nos animais do T2 e T4. Entre os parâmetros utilizados para avaliar a patogenicidade e a imunogenicidade, o ganho de peso e a conversão alimentar não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos (p>0,05). O parâmetro parasitológico escore de lesão apresentou significância estatística entre os tratamentos, sendo que os tratamentos T1 e T2 apresentaram os menores escores, respectivamente 0,00 e 0,17, diferindo do T3 e T5 (3,75 e 3,33, respectivamente). O T4 apresentou um escore intermediário (1,92) e não diferiu entre os tratamentos. A contagem do número de oocistos cecais, obtidos uma semana após o desafio, foi estatisticamente significante (p<0,01) formando dois grupos, sendo o primeiro composto por T1 e T2 (4500±4800 e 1700±600, respectivamente), os quais diferiram do T3, T4 e T5, que apresentaram a maior eliminação de oocistos (12093±7268, 10744±9987 e 13413±4253, respectivamente). Nas condições em que foi realizado o experimento, pode-se concluir que houve um efeito protetor imunológico total da vacina atenuada (T2) e parcial da vacina contendo proteínas de esporozoítos (T4) contra desafio por cepa virulenta homóloga.

ASSUNTO(S)

microorganismos patogênicos eimeriidae veterinary microbiology microbiologia veterinária pathogenic microorganisms

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