Pastagens rotacionadas reduzem o drama da seca.
AUTOR(ES)
PRIMAVESI, O.
FONTE
RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NA CONVENÇÃO NACIONAL DE CANCHIM
DATA DE PUBLICAÇÃO
2011
RESUMO
É comum a afirmação de que a elevação da lotação animal aumenta a compactação do solo das pastagens, o que pode levar à sua degradação. Entretanto, curiosa é a constatação de que, embora as pastagens cubram a maior área agrícola da região, por estarem sob solos considerados frágeis, aproximadamente 70% das pastagens podem ser consideradas degradadas, em que ocorre escoamento superficial das águas pluviais, gerando erosão e mesmo vossorocas. Porém, o manejo, em sua maior parte, é realizado de forma extensiva, com lotação animal considerada baixa.Avaliando e monitorando a permeabilidade do solo de pastagem de capim-tobiatã submetida ao pastejo rotacionado, com lotação entre 6 a 8 UA/ha, chegando a 11 UA/ha no período de maior desenvolvimento das forrageiras, e área degradada de capim-braquiária, com lotação de 0,5 UA/ha, verificou-se algo surpreendente. A taxa de infiltração de água no solo manteve-se elevada no pasto de manejo intensivo, em que a forrageira era estimulada ao desenvolvimento intenso, por meio de uso de corretivos e fertilizantes aplicados adequadamente na superfície do solo, após o rebaixamento pelos animais, resultando em retorno elevado de material orgânico para a superfície do solo, formando um tipo de cobertura morta. Esta cobertura permitiu o desenvolvimento do sistema radicular até a camada superficial, entre as touceiras de capim-tobiatã, o que pode ter mantido o solo permeável. Já a área degradada de capim-braquiária apresentou a menor taxa de infiltração, no primeiro ano em que foi iniciada a avaliação. Esta permeabilidade do solo foi melhorando no decorrer dos anos. A causa disso foi a retirada dos animais. Deixando a pastagem em repouso, permitiu-se que os poucos nutrientes disponíveis no solo promovessem o desenvolvimento do capim-braquiária, de forma lenta, mas suficiente para desenvolver o sistema radicular, rompendo o solo, e protegendo-o do impacto das chuvas e da insolação direta, com o retorno de material orgânico à superfície do solo, permitindo sua recuperação física e estrutural, necessária para a conservação de água e solo, resultando em estímulo para maior produção vegetal.Verificou-se, desta forma, que a recuperação do solo de pastagens degradadas pode ser realizada de duas formas: 1) pousio de um a dois anos; ou 2) manejo rotacionado de forrageiras estimuladas nutricionalmente a produzirem bastante biomassa para ocorrer o retorno da quantidade suficiente para a proteção e a manutenção da permeabilidade dos solos, ecológica e tecnicamente desejável. Os dados mostraram igualmente que a compactação do solo não depende tanto da lotação animal, mas do retorno de material orgânico ao solo, confirmando a frase de que "a compactação do solo está mais relacionada com a boca do que com a pata do boi", ou seja a superlotação é nociva. Lotação elevada com abundância de forragem não é problema. Assim, o ajuste da lotação para a forragem disponível é de fundamental importância no manejo extensivo e, em especial, no manejo intensivo. Pode-se ajustar a lotação animal para a média dos valores de produção da forragem do período das chuvas, guardando-se o excedente como silagem a ser fornecida no cocho em parte do período seco do ano.
ASSUNTO(S)
pastegens rotacionadas drama da seca
ACESSO AO ARTIGO
http://www.alice.cnptia.embrapa.br/handle/doc/44893Documentos Relacionados
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