Parto pré-termo com e sem rotura prematura de membranas: características maternas, obstétricas e neonatais

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-09

RESUMO

OBJETIVO: Avaliação das caraterísticas maternas, obstétricas e neonatais nos partos pré-termo (PPT) associados ou não à rotura prematura de membranas pré-termo.MÉTODOS: Estudo retrospetivo de gestações de feto único, com um parto pré-termo, entre 2003 e 2012. Critérios de inclusão: a ocorrência de parto associado ou não à rotura prematura de membranas pré-termo. Critérios de exclusão: partos motivados por comorbidades fetal e/ou maternas (iatrogênicos); e processos não disponíveis ou incompletos para consulta. Foram comparadas caraterísticas entre os dois grupos de PPT: PPT espontâneo (PPTe)versusrotura prematura de membranas pré-termo (RPM-PT), tendo sido utilizados na análise estatística os testes Kolmogorov-Smirnov, Levene, χ2, t de Student e Mann-Withney.RESULTADOS: Dos 2.393 partos pré-termo de feto único, foram analisados 1.432, dos quais 596 foram espontâneos (PPTe) e 836 foram associados à RPM-PT. Das variáveis analisadas, os fatores socioeconômicos foram sobreponíveis em ambos os grupos. Foram mais frequentes no grupo PPTe (p<0,001) a multiparidade (50,7 versus40,3%), os antecedentes obstétricos de PPT (20,8 versus10,2%), o comprimento cervical (18,2 versus27,2 mm), o baixo índice de massa corpórea (IMC) (23,4 versus24,3 kg/m2) e a elevação dos marcadores infecciosos como a Proteína C reativa (2,2 versus1,2 mg/L) e os leucócitos (13,3 versus12,4x109). O desfecho neonatal, em termos de comorbilidade, foi mais adverso no grupo PPTe, sobretudo à custa de piores resultados neurológicos (4,7 versus2,8%, p<0,001).CONCLUSÕES: Os mecanismos etiológicos do PPT, com ou sem RPM-PT, são bastante complexos. Das várias caraterísticas analisadas no nosso estudo, apenas o baixo IMC, a multiparidade com PPT anterior, o comprimento cervical foram os piores parâmetros infeciosos que foram predominantes no grupo PPTe. Esse último grupo mostrou ainda piores resultados perinatais sobretudo neurologicamente.

ASSUNTO(S)

trabalho de parto prematuro prematuro rotura prematura de membranas fetais corticosteroides/uso terapêutico

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