Partilha de polinizadores por espécies quiropterófilas em fragmento de Cerrado, São Paulo
AUTOR(ES)
Reinaldo Chaves Teixeira
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
29/06/2010
RESUMO
Plantas com flores necessitam de vetores de pólen para reproduzir sexuadamente, tornando o acesso das plantas a parceiros sexuais via polinizadores um fator limitante e o polinizador, recurso crítico. Plantas simpátricas que compartilham as guildas de polinizadores evitam competição direta diferenciando seu modo de utilização. A presente tese investigou em uma comunidade de cerrado os mecanismos de coexistência entre espécies de plantas com mesma guilda de polinizadores, os morcegos. Realizei o estudo em uma área de cerrado no sudeste brasileiro, entre julho/2007 e junho/2009. Avaliei primeiramente a composição de espécies quiropterófilas na área, descrevi sai biologia floral e interações com os visitantes. Encontrei nove espécies, enquadradas como quiropterófilas, e que receberam visitas principalmente do morcego Glossophaga soricina (exceto Irlbachia alata). As flores das espécies são ajustadas às características morfo-eto-fisiológicas dos morcegos, e estão presentes ao longo de todo ano, garantindo alimento. Em seguida, verifiquei os mecanismos que permitem a coexistência e/ou facilitação das espécies quiropterófilas na área mediante a partilha dos polinizadores. Avaliei a diversidade de atributos florais, fenologia de floração, características do néctar e visitantes florais. Nove espécies de planta compartilharam característica florais notáveis aos sentidos dos morcegos, o que atua como facilitação entre espécies, criando display floral único para a atração do vetor de pólen em comum. Porém, as espécies diferem no local de deposição de pólen no coro do vetor via morfologia floral distinta, ofertaram distinto volume e concentração de solutos no néctar que pode selecionar/segregar o polinizador e partilharam o polinizador ao longo do ano via fenologia floral, o que permite a coexistência das espécies com polinizadores em comum (G.soricina). Por fim, verifiquei como duas espécies de mesmo gênero e que se utilizam dos morcegos como polinizadores diferenciam na forma de utilização destes quanto ao papel dos morcegos para a biologia floral das espécies de plantas e à morfologia floral, características do néctar e período de secreção e época de floração. Verifiquei que o conjunto flores com tamanho distinto que evita a mistura polínica entre espécies; néctar com diferentes concentrações de soluto que atrai maior número dos visitantes em horas distintas; floração maciça em diferentes períodos e em seqüência; permitem a coexistência de Bauhinia holophylla e B. longifolia na área ao dividirem o uso de G. soricina polinizador principal.
ASSUNTO(S)
floral morphology néctar volume sluble concentration flowering season single floral display ecologia display floral único floração concentração de solutos volume de nétar morfologia floral glossophaga soricina morcego cerrado quiropterofilia partilha de polinizadores adaptação reprodutiva glossophaga soricina
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufscar.br/htdocs/tedeSimplificado//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=4340Documentos Relacionados
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