PARTES DO CORPO FALANTES E AGENCIAMENTOS: DANDO CORPO À CIDADANIA LINGUÍSTICA

AUTOR(ES)
FONTE

Trab. linguist. apl.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-09

RESUMO

RESUMO Um dos maiores desafios do nosso tempo é o da falta de voz para corpos maltratados. São os corpos de crianças e homens e mulheres que herdaram as brutalidades do colonialismo, da servidão das plantações e da escravatura, e agora revivem essas misérias no ventre de um capitalismo global neoliberal e patriarcal. São os corpos racializados, sexualizados, generificados e sem deus que primeiro tomaram forma na colonialidade-modernidade em conjunto com a emergência do HOMEM, o macho branco, racional, sem corpo, como HUMANO. Mantêm hoje a sua forma através de tecnologias de vulnerabilidade, com as quais a falta de voz fabricada funciona em sinergia dinâmica. Este é particularmente o caso da África do Sul, com as suas histórias ternas e presentes perturbados, emoção crua e vulnerabilidades dolorosas do patriarcado racializado e neoliberal. Neste artigo, sugerimos que a vulnerabilidade, para além do seu efeito potencialmente devastador nas almas e meios de vida, pode também ser um local produtivo para a articulação de vozes alternativas e habitualmente silenciadas. A este respeito, exploramos a forma como um enfoque em atos de cidadania linguística pode orientar o pensamento sobre voz e agência para diferentes locais do corpo, bem como permitir uma visão das complexas tecnologias e práticas de vulnerabilidade.

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