Parâmetros espaço-temporais da marcha e quedas em idosas comunitárias: um estudo longitudinal com aplicação da análise de componentes principais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/03/2012

RESUMO

Não há consenso na literatura se os parâmetros espaço-temporais da marcha podem identificar idosos em risco de cair. Dentre os fatores que podem contribuir para essa falta de consenso estão os métodos estatísticos que não levam em consideração a correlação entre os parâmetros da marcha. Deste modo, ao se testar hipóteses estatísticas por meio de métodos para variáveis independentes usando variáveis correlacionadas corre-se o risco de não se perceber os efeitos independentes das variáveis devido às intercorrelações. Neste caso, o uso de técnicas multivariadas é mais apropriado. Portanto, o objetivo do presente estudo foi determinar, por meio da análise de componentes principais (ACP) e análise discriminante, qual(is) parâmetro(s) espaço-temporal(is) da marcha pode(m) predizer quedas em mulheres idosas comunitárias com 65 anos ou mais de idade. Foi conduzido um estudo observacional longitudinal com uma avaliação realizada no início do estudo, seguida pelo acompanhamento durante 12 meses por meio de contatos telefônicos quinzenais para obter informações sobre a ocorrência de quedas, além de uma segunda avaliação após este período. Sete parâmetros espaço-temporais da marcha foram obtidos por meio do sistema GAITRite® (velocidade, cadência, comprimento do passo, base de suporte, tempo de oscilação, tempo de apoio e tempo de duplo apoio). A ACP e a análise discriminante seguidas pela interpretação do gráfico biplot foram aplicadas aos parâmetros espaço-temporais da marcha coletados na primeira avaliação e os grupos foram divididos de acordo com o histórico de quedas obtido durante o acompanhamento. Foram consideradas caidoras, as idosas que reportaram duas ou mais quedas durante o ano de acompanhamento. Das 148 participantes avaliadas inicialmente, 133 (89,9%) completaram o estudo e, portanto, foram incluídas nas análises. Setenta idosas (52,6%) reportaram não ter sofrido quedas, 40 (30,1%) reportaram uma única queda e 23 (17,3%) reportaram duas ou mais quedas durante o ano de seguimento. A ACP resultou em três componentes que explicaram 88,3% da variância dos dados. A análise discriminante mostrou que nenhuma das componentes discriminou significativamente o grupo caidor do não caidor (P >0,05). Embora o teste estatístico tenha falhado em discriminar os grupos, a inspeção visual do biplot mostrou uma tendência na separação dos grupos. A projeção do escore médio do grupo caidor nos vetores das variáveis mostrou que as idosas caidoras tendem a caminhar com menor velocidade, cadência e comprimento do passo e maior tempo de oscilação e tempo de apoio em relação às idosas não caidoras. Os resultados deste estudo mostraram que os parâmetros espaço-temporais da marcha analisados não predizem quedas em mulheres idosas comunitárias, saudáveis, ativas e sem déficit de mobilidade. No entanto, o biplot revelou uma tendência de padrões de deambulação contrários entre os grupos de idosas caidoras e não caidoras. Isto demonstra que o biplot é uma ferramenta exploratória importante que deve ser adicionada aos resultados da ACP para auxiliar na compreensão dos dados.

ASSUNTO(S)

medicina de reabilitação teses.

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