Parâmetros bioquímicos, hemostáticos e moleculares em indivíduos submetidos à angiografia coronariana

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A doença arterial coronariana (DAC) apresenta origem multifatorial, compreendendo vários processos bioquímicos envolvidos na formação e na progressão da placa de ateroma. Alterações do metabolismo lipídico, do endotélio vascular, da coagulação sangüínea ou da fibrinólise, bem como a resposta inflamatória da aterosclerose, podem ser os responsáveis diretos ou apenas estar associados à doença. O presente estudo teve como objetivo investigar as correlações entre as possíveis alterações dos perfis bioquímico e hemostático, bem como a presença de alguns polimorfismos genéticos e a gravidade da DAC em indivíduos submetidos à angiografia coronariana. Níveis plasmáticos de colesterol total, HDLc, LDLc, triglicérides, lipoproteína(a), apolipoproteínas A-I, B e E, homocisteína, anti- LDL oxidada, proteína C reativa ultra-sensível (PCRus), fosfolipase A2, inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI-1), fator tissular (TF), inibidor da via do fator tissular (TFPI), bem como a identificação dos alelos do gene da apolipoproteína E, da mutação C677T no gene da enzima metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR) e do polimorfismo (-675 4G/5G) no gene do PAI-1 foram determinados em amostras de sangue de 35 indivíduos angiograficamente normais (AnN), 31 indivíduos apresentando ateromatose leve/moderada (ALM) e 57 indivíduos apresentando ateromatose grave (AG). A análise univariada demonstrou que os níveis plasmáticos dos parâmetros lipoproteína(a), homocisteína, TF, anti-LDLoxidada, fosfolipase A2, PCRus e PAI-1 foram significativamente mais elevados no grupo AG quando comparado com o grupo AnN (p<0,05). Para os demais parâmetros não foram observadas diferenças significativas. Na análise multivariada, apenas os parâmetros lipoproteína(a), fosfolipase A2 e PAI-1 foram associados de forma independente com a gravidade da DAC, considerando-se também os fatores de risco clássicos para o desenvolvimento da doença. Foram observadas correlações significativas entre vários parâmetros estudados, inclusive entre a presença do genótipo 4G/4G e o aumento dos níveis plasmáticos de PAI-1. A freqüência dos alelos da apolipoproteína E e da mutação C677T na enzima MTHFR foi similar à observada em estudos prévios. Os dados obtidos com o presente estudo refletiram o caráter multifatorial da DAC nos indivíduos estudados, com o envolvimento de parâmetros bioquímicos, inflamatórios e hemostáticos no agravamento do processo aterosclerótico. Dentre todos os parâmetros avaliados, a lipoproteína(a), a fosfolipase A2 e o PAI-1 podem constituir importantes ferramentas adicionais com potencial valor para se inferir sobre a gravidade da DAC, considerando a sua associação independente com o agravamento da doença, demonstrado pela regressão logística múltipla.

ASSUNTO(S)

arterias coronarias teses. farmácia teses. angiocardiografia teses. coronariopatias teses. sangue circulação teses. hemostase teses. bioquímica teses.

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