Para uma crítica da concepção de política social do Banco Mundial na cena contemporânea
AUTOR(ES)
Rafael Vieira Teixeira
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
27/05/2010
RESUMO
O presente trabalho reúne os elementos que compõem a concepção de política social do Banco Mundial a partir de recentes relatórios publicados sobre o tema pobreza e sociedade na página oficial deste organismo. A idéia central é de que se trata de uma descrição crítica da concepção de política social do Banco, problematizando cada um de seus argumentos mais explícitos com o intuito de desvelar uma intencionalidade organicamente vinculada a uma perspectiva de classe. Perspectiva esta que está pautada nos interesses dos segmentos da burguesia articulados em torno de um projeto societário mais amplo direcionado para a reestruturação capitalista em uma conjuntura de crise estrutural. A concepção de política social do Banco Mundial segue, portanto, uma dimensão profundamente ideológica e política, relegando a um plano bastante inferior o papel que este tipo de política deve ter na concepção que subsidia a presente análise. Sendo expressão da contradição de interesses de antagônicas classes, a política social assume, no capitalismo, a política social assume a incumbência de evidenciar mais e mais tais contradições e antagonismos, ainda que atenda a necessidades dos segmentos que a reivindicam. A utilização pelo Banco de instrumentos, como os documentos analisados, para afirmar a hegemonia burguesa na cena contemporânea, atestam que o embate político e ideológico continua presente, explicitando a atualidade da luta de classes. Tal fato aponta a urgência da organização das classes trabalhadoras para si, que deve ser pautada na busca pela unidade em torno de um projeto que atenda aos anseios, necessidades e demandas coletivas. Mostra a necessidade de formação política e teórica que subsidie a construção desse projeto. Cabe lembrar que fora dos marcos da ordem social capitalista, a política social adquire um papel que extrapola a condição de ações reparadoras ou compensatórias em face das incapacidades de concorrência. Afirmamos que a política social deve ter a condição de carro chefe do desenvolvimento social, relegando a produção e a distribuição de bens e serviços ao atendimento das necessidades da população. Esta perspectiva é a defendida no presente trabalho.
ASSUNTO(S)
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