Papiloma invertido nasossinusal: taxa de recorrência e transformação maligna em 44 pacientes operados
AUTOR(ES)
Sbrana, Mariana Ferreira; Borges, Renata Ferraz Rafael; Pinna, Fábio de Rezende; Brandão Neto, Deusdedit; Voegels, Richard Louis
FONTE
Braz. j. otorhinolaryngol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2021-02
RESUMO
Resumo Introdução: Embora os papilomas invertidos nasossinusais sejam lesões benignas, eles são localmente agressivos e apresentam uma potencial transformação maligna que varia de 5% a 15%, com alta taxa de recorrência. Objetivo: Descrever a taxa de recorrência e transformação maligna em pacientes com diagnóstico de papiloma invertido submetidos à cirurgia em um hospital terciário em São Paulo. Método: Análise retrospectiva dos pacientes diagnosticados com papiloma nasossinusal submetidos a cirurgia em um hospital terciário em São Paulo, entre agosto de 1998 e agosto de 2017. Uma revisão de prontuários dos pacientes foi realizada para avaliar dados demográficos, características dos tumores, consultas de seguimento, recorrência e malignidade. Os papilomas invertidos foram analisados e classificados de acordo com o sistema de estadiamento de Krouse. Resultados: Foram realizadas 69 cirurgias em pacientes com diagnóstico de papiloma nasossinusal. O papiloma invertido foi o subtipo mais prevalente (49 casos - 80,33%), seguido pelo papiloma exofítico (6 casos - 9,84%) e pelo papiloma oncocítico (6 casos - 9,84%). A taxa de recidiva foi de 34,09% para o papiloma invertido (15/44) e o tempo médio de recorrência foi de 24,6 meses. Transformação maligna ocorreu em seis pacientes (13,64%); três desses pacientes apresentaram carcinoma na primeira cirurgia e três pacientes desenvolveram carcinoma durante o seguimento. Conclusão: A alta taxa de recorrência e o potencial de malignidade nos permitem considerar os papilomas invertidos como tumores agressivos. Em um hospital terciário de São Paulo, a taxa de recorrência foi de 34,09% e o tempo médio de recorrência de 24,6 meses. A recorrência após 10 anos implica na necessidade de acompanhamento a longo prazo. É possível que a alta taxa de recorrência e a alta taxa de transformação maligna que encontramos sejam devidas à grande extensão dos tumores (a maioria deles nos estágios T3 e T4), decorrente do acesso precário ao sistema de saúde nos países em desenvolvimento.
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