Papel do oxido nitrico na migração de eosinofilos de ratos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

O efeito do tratamento crônico com N?-Nitro-L-arginina metil éster (LNAME) foi investigado em ratos, usando-se o modelo de pleurisia e inflamação alérgica em animais sensibilizados com ovalbumina (OVA). A migração de eosinófilos in vitro induzida por fMLP, PAF e soro ativado com zimosan foi também avaliada nestes animais. A inibição crônica da biossíntese de óxido nítrico (NO) foi realizada pela adição de L-NAME na água que os animais ingeriam ad libitum, na concentração aproximada de 75 µmol/rato/dia, por um período de 30 dias. A pleurisia foi induzida pela injeção de bradicinina (50 µg), PAF (1 µg), lipopolissacáride (0.25 µg) e carragenina (125 µg) na cavidade pleural. A sensibilização ativa com OVA foi efetuada pela injeção subcutânea de 200 µg de OVA adsorvida em 8 mg de AI(OH)3. O desafio com 1 mg de OVA, injetado na luz intratraqueal, foi realizado 14 dias após a sensibilização. Para as análises histológicas, os pulmões foram cortados em fragmentos, fixados em mistura contendo paraformaldeído (4%) e glutaraldeído (0.5%) em tampão fosfato (0.1 M) e incluídos em parafina. Para os estudos da quimiotaxia in vitro, os eosinófilos foram coletados da cavidade peritoneal de ratos Wistar e isolados em gradiente descontínuo de metrizamide. No modelo de pleurisia houve migração significativa de eosinófilos para a cavidade pleural, observada 24 h após a injeção de bradicinina, PAF, lipopolissacáride e carragenina, em ratos não tratados. Esta migração foi marcadamente reduzida nos animais tratados com L-NAME. Nos animais tratados e não tratados, sensibilizados e desafiados com OVA, observou-se, 24 h após desafio, significativa infiltração de leucócitos no lavado broncoalveolar (LBA), principalmente de neutrófilos e células mononucleares. Neste modelo, a migração de eosinófilos ocorreu, de modo mais intenso, 48 h após o desafio. Em 48 h, o tratamento com L-NAME reduziu significativamente o influxo de leucócitos totais e eosinófilos, sem contudo alterar a infiltração de neutrófilos. Em ratos não tratados, 48 h após o desafio, a histologia dos pulmões revelou uma infiltração rica em eosinófilos, e nos animais tratados com L-NAME, redução dessa infiltração. Com relação à quimiotaxia in vitro, os eosinófilos obtidos da cavidade peritoneal de ratos não tratados mostraram uma migração significativa em resposta ao fMLP (5x10-8 M), PAF (10-8 M) e soro ativado com zimosan (27 µI). A migração foi marcadamente reduzida quando os eosinófilos foram isoladas de animais tratados cronicamente com L-NAME. A L-arginina (5.5 mM), precursor da síntese de NO, mas não a D-arginina (5.5 mM), enantiômero inativo, restaurou a capacidade dos eosinófilos de ratos tratados em responder ao fator quimiotáxico fMLP. Nossos resultados mostram que o tratamento crônico com L-NAME inibe a migração de eosinófilos in vivo, sendo esta inibição também demonstrada ex vivo. Isto sugere que, provavelmente, o L-NAME exerce seu efeito diretamente sobre os eosinófilos, dificultando, assim, sua locomoção

ASSUNTO(S)

eosinifilos quimiotoxia alergia respiratoria oxidos

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