Papel de vertebrados dispersores/predadores de sementes e parasitóides na taxa de predação de sementes por besouros em fragmentos florestais do sudeste brasileiro / The role of vertebrate seed disperses /predators and parasitoids wasps on the rate of seed predation by beetles in forest fragments in southeastern Brazil

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/02/2011

RESUMO

Plantas com sementes grandes, como palmeiras, são mais afetadas em áreas defaunadas. A redução de dispersores de sementes resulta em maior acumulo de sementes sob a planta-mãe, onde a predação e mais intensa. Roedores e besouros são os principais predadores de sementes de palmeiras e podem interagir entre si, competindo por sementes, ou com roedores predando larvas de besouros ao consumirem sementes previamente infestadas. Ainda, besouros podem ter suas larvas atacadas por vespas parasitóides. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar os efeitos da dispersão e predação de sementes da palmeira Syagrus romanzoffiana por vertebrados sobre a predação de sementes por besouros e o ataque de parasitóides em locais que diferem entre si quanto a presença de vertebrados dispersores e/ou predadores de sementes. As coletas foram realizadas na Serra do Japi em Jundiaí, Reserva Municipal Mata de Santa Genebra, Bosque dos Jequitibás e no campus da Universidade Estadual de Campinas, em Campinas. A predação de sementes por vertebrados e besouros foi comparada entre as áreas. Dados a respeito da fenologia reprodutiva da palmeira e taxas mensais de remoção de frutos por vertebrados e predação de sementes pré e pós-dispersão por besouros foram coletados para avaliar como as interações ocorrem ao longo do período de frutificação da planta. A predação de sementes por besouros foi negativamente relacionada a predação por vertebrados, sendo maior em áreas onde vertebrados predadores de sementes estão ausentes ou em baixas densidades, como Unicamp e Mata de Santa Genebra. A predação por bruquídeos foi menor na presença de esquilos na Serra do Japi e cutias no Bosque dos Jequitibás, mas a predação por curculionídeos foi menor apenas na Serra do Japi. O que pode indicar que o consumo de sementes por vertebrados deve reduzir a quantidade de sementes disponíveis para besouros bruquídeos, e/ou que ha predação intraguilda de larvas de bruquídeos por esquilos e cutias, mas que cutias, provavelmente rejeitam sementes atacadas por curculionídeos. A produção de flores e frutos imaturos foi semelhante entre as áreas, mas o encontro de frutos maduros foi menor na Serra do Japi e com o pico de produção deslocado em relação as outras áreas, possivelmente devido a alta predação de sementes por esquilos nesse local. A predação de sementes pré-dispersão pelo besouro Revena rubiginosa (Curculionidae) ocorreu em todos os meses e o período de oviposição dos besouros não apresentou relação com a disponibilidade de frutos imaturos. Besouros das famílias Bruchidae e Scolytidae predaram as sementes pós-dispersão, que foi maior onde a remoção de sementes por vertebrados foi menor e não esteve relacionada a disponibilidade de frutos maduros e a predação pré-dispersão. Larvas de R. rubiginosa e de bruquideos foram atacadas por vespas parasitoides da família Braconidae na Unicamp e Mata de Santa Genebra. O período de oviposição das vespas não apresentou relação com as taxas de predação dos besouros, e sim com o clima. Dessa forma, como não foram encontrados indícios que sementes sejam recursos limitantes para besouros, a predação de sementes por esses insetos parece ser limitada pela remoção e predação de sementes por vertebrados. Na ausência de vertebrados dispersores e/ou predadores de sementes que controlem a predação por besouros o ataque de parasitóides as larvas e maior

ASSUNTO(S)

forest fragmentation reproductive phenology syagrus romanzoffiana predação de sementes sementes - dispersão fenologia reprodutiva fragmentação florestal syagrus romanzoffiana seed predation seed dispersal

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