Papel das gelatinases, de seus inibidores e de moléculas de matriz em lesões cutâneas de leishmaniose tegumentar americana / Role of gelatinases, their inhbitors, and matrix molecules in cutaneous lesions from american cutaneous leishmaniasis

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A leishmaniose é uma importante antropozoonose de extensões mundiais. No Brasil, sua forma predominante é a leishmaniose tegumentar americana (LTA), a qual é causada principalmente pela Leishmania Viannia braziliensis. Esta doença é caracterizada pela formação de lesões no local da picada do inseto vetor. As lesões primárias são cutâneas, e após sua cura ou ainda durante seu curso de evolução, podem aparecer lesões mucosas secundárias, as quais resultam da metástase do parasito. Estas lesões, em muitos casos, tendem à cronicidade, originando úlceras, que apresentam intenso processo de destruição tecidual. Durante o processo de regeneração e reparo tecidual, é necessária a síntese e quebra de componentes da matriz extracelular para permitir os eventos de proliferação e migração que concluirão as etapas de reparo. Deste processo, participa um família de endopeptidases conhecidas como metaloproteinases de matriz (MMP). Uma importante subfamília, são as gelatinases MMPs 2 e 9, as quais estão envolvidas na re-epitelização e resolução. A atividade das MMPs é ativamente controlada por proteínas chamadas de inibidores teciduais de metaloproteinases (TIMP). A perda deste controle leva à degradação excessiva do tecido. O presente trabalho teve como proposta avaliar o papel das gelatinases A (MMP-2) e B (MMP-9), de seus respectivos inibidores teciduais TIMP-2 e 1, e de moléculas de matriz, que são substratos destas enzimas em úlceras cutâneas de LTA. Para atingir este objetivo, fez-se uso das técnicas de RT-PCR para avaliar a expressão de mRNA de gelatinases e inibidores, zimografia in situ para avaliar quais sítios do tecido lesionado apresentavam a atividade das gelatinases, e imunohistoquímica para detectar a expressão fibronectina, colágeno tipo IV, laminina e tenascina. Por último, foram realizadas correlações entre os dados obtidos a partir da execução destas técnicas com importantes parâmetros clínicos da LTA. Verificou-se que pacientes que responderam mal ao tratamento, e/ou possuíam lesões maiores que 5,8 cm2 e aqueles que tinham lesões localizadas na parte inferior do corpo expressaram com menos freqüência mRNA para as gelatinases e seus inibidores, ao mesmo tempo que apresentavam intensa atividade das gelatinases e elevada expressão dos componentes de matriz estudados, fato que indica que o desequilíbrio entre síntese e atividade destas enzimas poderia resultar em dificuldade no processo de cura. Além disso, lesões recentes expressam níveis mais elevados de gelatinases, enquanto lesões antigas tendem a expressar mais inibidores, fato que pode predispor à cicatrização. Desta forma, sugere-se que as gelatinases e seus inibidores podem ser importantes no comportamento e na resolução das lesões leishmanióticas.

ASSUNTO(S)

leishmaniose cutânea gelatinases parasitologia matriz extracelular gelatinases leishmaniose braziliensis monocutaneous leishmaniasis cellular matrix cutaneous leishmaniasis

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