Papel-chave dos testes de fisiologia do esôfago no diagnóstico e tratamento da doença do refluxo gastroesofagiano em pacientes com doença intersticial pulmonar

AUTOR(ES)
FONTE

Arquivos de Gastroenterologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011-06

RESUMO

CONTEXTO: A doença do refluxo gastroesofagiano (DRGE) é comum em pacientes com lesões intersticiais pulmonares. Todavia, a relação de causa e efeito não foi claramente demonstrada. Tem sido formulada a hipótese de que a frequente coexistência de DRGE e dano pulmonar intersticial não seja meramente uma coincidência. Ainda existe controvérsia em relação a melhor forma de se confirmar o diagnóstico de DRGE e se o controle efetivo do refluxo tem influência na história natural destas enfermidades respiratórias. OBJETIVO: Determinar: (a) a prevalência da DRGE em pacientes com doenças respiratórias e envolvimento pulmonar intersticial; (b) a sensibilidade dos sintomas típicos de DRGE para o diagnóstico; (c) o papel dos exames de fisiologia do esôfago (manometria esofágica e pHmetria de 24 horas) no diagnóstico e manejo destes pacientes. MÉTODOS: Estudo prospectivo de 44 pacientes (29 sexo feminino) com doenças respiratórias: 16 pacientes com fibrose pulmonar idiopática, 11 com doença intersticial pulmonar associada à esclerose sistêmica, 2 com doença intersticial pulmonar associada à polimiosite, 2 com doença intersticial pulmonar relacionada à síndrome de Sjögren, 2 com doença intersticial pulmonar associada à artrite reumatóide, 1 com doença intersticial pulmonar associada à doença indiferenciada do tecido conjuntivo e 10 pacientes com sarcoidose e acometimento pulmonar. A capacidade vital forçada média (% predito) foi de 64,3%. Todos os pacientes fizeram manometria esofágica e pHmetria de 24 horas. RESULTADOS: Trinta pacientes (68%) tiveram refluxo patológico (média do escore de DeMeester de 45; normal <14.7). A média de episódios de refluxo detectados 20 cm acima do esfíncter inferior do esôfago foi de 24. A sensibilidade e especificidade de queimação retroesternal foi de 70% e 57%, de regurgitação de 43% e 57% e de disfagia de 33% e 64%. Doze pacientes com DRGE foram levados à fundoplicatura videolaparoscópica guiada pelo perfil manométrico: em três pacientes com peristalse normal foi realizada uma fundoplicatura à Nissen e em nove pacientes com peristalse ausente foi realizada fundoplicatura à Dor. CONCLUSÕES: Os resultados do estudo demonstraram que: (a) refluxo anormal esteve presente em 2/3 dos pacientes com doenças respiratórias e comprometimento intersticial; (b) a sensibilidade e especificidade dos sintomas de refluxo foi baixa; (c) provas de fisiologia do esôfago foram essenciais para o diagnóstico de refluxo anormal, para caracterizar a função esofagiana e guiar o manejo. Seguimento de longo prazo vai ser importante para determinar se o controle do refluxo tem influência na história natural destas doenças respiratórias

ASSUNTO(S)

refluxo gastroesofágico doenças pulmonares intersticiais monitoramento do ph esofágico manometria

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