Pandemia, necropolítica e o real do desamparo
AUTOR(ES)
Ferrari, Ilka Franco; Januzzi, Mônica Eulália da Silva; Guerra, Andréa Máris Campos
FONTE
Rev. latinoam. psicopatol. fundam.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-09
RESUMO
O texto aborda a realidade social assolada pelo real que a pandemia de COVID-19 instaurou, considerando de modo mais específico o contexto brasileiro. Seu desenvolvimento reflete sobre os efeitos subjetivos deste contexto, ponderando laços sociais que contam com a circulação da morte, somadas às leis imperiosas e impiedosas do discurso da ciência aliado ao discurso do capitalista e o mercado. A gestão precária da saúde pública, fundamentada numa lógica necropolítica constitui imaginariamente um outro inimigo, que vigora como política de Estado e reduplica o desamparo inerente à condição humana. A conclusão indica que este momento, propício para a pulsão de morte se desvelar, abre portas para transformações na política e para o aparecimento da nobreza humana que vivifica os corpos diante de situações dramáticas, ainda que o real se mantenha no horizonte do mal-estar na civilização.
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