PALEOFAUNA E PALEOAMBIENTES DO PLEISTOCENO SUPERIOR NO MUNICÍPIO DE JAGUARARI, NORTE DA BAHIA. / PALEOFAUNA AND PALEOENVIRONMENTS OF THE CITY OF UPPER PLEISTOCENE JAGUARARI, NORTH OF BAHIA.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/02/2012

RESUMO

Estudos de reconstrução paleoambiental (vegetação e clima) são mais abundantes nas regiões Sul, Sudeste e Central do Brasil utilizando pólen depositado em sedimentos lacustres e turfeiras. Por outro lado, na região Nordeste, trabalhos análogos são mais escassos. A partir deste tipo de estudo é possível inferir sobre os processos ecológicos associados às comunidades vegetais e animais. Neste trabalho buscou-se entender a dinâmica paleoambiental ocorrida em um afloramento fossilífero do tipo tanque localizado no município de Jaguarari, o qual faz parte da Microrregião de Senhor do Bonfim Centro-Oeste da Bahia, em domínio de Caatinga. Para tanto, coletou-se fósseis de mamíferos neopleistocênicos; solo e plantas para análises isotópicas (13C). A fauna identificada é composta por 6 taxa: Eremotherium laurillardi; Notiomastodon platensis; Toxodontinae; Felidae; Panochthus greslebini; Equus (Amerhippus) neogeus. Interpretações paleoambientais das características ecológicas dos taxa sugerem que este conjunto faunístico estava associado há um ambiente com predomínio de áreas abertas em associação com fisionomias mais fechadas. Os resultados isotópicos apontam para estabilidade vegetacional na região até o presente, sem troca de vegetação C3 para C4 nos locais estudados. A presença de fragmentos de carvão soterrados em várias profundidades do solo sugere a ocorrência de paleoincêndios durante todo o Holoceno, com a possível influência de um clima mais seco para a região. Estes incêndios podem ser de natureza antrópica, já que foram encontrados alguns vestígios de ocupação de populações antigas na região. A dinâmica da vegetação observada para Jaguarari, até a profundidade de solo estudada, sugere tendência a uma vegetação arbórea dominante, desde aproximadamente 15.000 anos AP. com retorno a um clima mais úmido e provavelmente similar ao atual. A região estudada, possivelmente, não sofreu modificação acentuada na vegetação no médio Holoceno, quando do estabelecimento de períodos mais secos, permanecendo com áreas de vegetação de floresta. Durante os trabalhos de escavação dos fósseis, sentiu-se a necessidade de desenvolver um trabalho de Educação Patrimonial junto à população do povoado de Lajedo II, para subsidiar ações de conservação dos sítios paleontológicos. Os resultados mostraram que esta ferramenta é um instrumento capaz de fornecer informações sobre patrimônio, noções de conservação, leis que normatizam estas práticas, as sanções legais previstas, como também, proporcionar a construção de novos conceitos e uma aprendizagem significativa na comunidade alvo.

ASSUNTO(S)

reconstrução paleoambiental megafauna matéria orgânica do solo fragmentos de carvão educação patrimonial conservacao da natureza paleoenvironmental reconstruction megafauna organic matter on soil charcoal fragments patrimonial education

Documentos Relacionados