PADRONIZAÇÃO DE UM ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO (ELISA) UTILIZANDO UMA PROTEÍNA MULTIEPÍTOPO RECOMBINANTE PARA PRODUÇÃO DE KIT PARA DIAGNÓSTICO DA HEPATITE C

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

O vírus da hepatite C (HCV), descrito em 1989, pertence ao gênero Hepacivirus e à família Flaviviridae e possui um RNA genômico contendo aproximadamente 9.600 nucleotídeos. Devido à sua alta variabilidade genética foi classificado em genótipos (1-6) e subtipos (a, b, c etc.). Os genótipos 1a, 1b, 2a, 2b e 3a, têm distribuição cosmopolita; enquanto que no Brasil, os genótipos 1 e 3 são os mais prevalentes. O período de incubação para hepatite C aguda varia em torno de 6 a 10 semanas e aproximadamente 80% das infecções agudas são assintomáticas. Entre 10 e 20 anos, cerca de 20% das infecções crônicas evoluem para cirrose e estas podem evoluir para óbito devido a complicações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 3% da população mundial, cerca de 180 milhões de indivíduos, está infectada pelo HCV. A hepatite C pode ser diagnosticada laboratorialmente por meio de testes sorológicos e por meio de análises baseadas em técnicas de biologia molecular. O ensaio mais comumente utilizado para detecção de anticorpos anti-HCV é o ELISA. Esse teste consiste de antígenos virais que são fixados nas cavidades de uma placa de microtitulação. Anticorpos específicos contra esses antígenos irão se aderir à placa e serão detectados por anticorpos anti-imunoglobulina humana contendo marcadores colorimétricos. Esse estudo tem como objetivo a confecção de um ELISA utilizando uma proteína multiepítopo (MEHCV). As amostras utilizadas nos ensaios vieram de bancos de sangue. Foram realizados testes com MEHCV purificada em resina e em coluna de níquel (dessalinizada e não-dessalinizada). Os testes consistiam em padronizar a concentração da proteína por cavidade e as diluições dos soros; avaliar reações inespecíficas através de testes com soros positivos para outras infecções (anti-HBV e HAV positivos) e com soros negativos; e comparar o ELISA in house com um ELISA comercial. De acordo com os resultados dos testes de padronização, quanto maior o grau de pureza da proteína, maior foi a concentração de proteína necessária na sensibilização das microplacas para avaliar possíveis reações cruzadas. Os testes para avaliar reações inespecíficas utilizando a proteína purificada em coluna apresentaram sensibilidade (92,86%) e especificidade (82,89%) superior aos realizados com a proteína purificada em coluna (Sensibilidade = 80%; Especificidade = 47,5%). Ao contrário do ELISA in house, o ELISA comercial apresentou somente um resultado falso-positivo para a amostra 5 (anti-HBV positiva). Para avaliar a interferência de outras proteínas, foi realizado ainda, um ensaio utilizando microplacas sensibilizadas com proteínas inespecíficas. Esses resultados sugerem que a proteína MEHCV ainda não possui o grau de pureza ideal para ser utilizada como antígeno e que possivelmente, as reações falso-positivas ocorridas foram causadas por proteínas inespecíficas presente junto à proteína recombinante MEHCV.

ASSUNTO(S)

hepatite - c diagnÓstico laboratorial vÍrus proteÍna multiepÍtopo recombinante elisa (teste) ciencias da saude

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