Padronização de metodologia para detecção de ovos e larvas de helmintos em alface
AUTOR(ES)
Flaviane Cristina Lopes Matosinhos
FONTE
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
DATA DE PUBLICAÇÃO
09/03/2012
RESUMO
Globalização no comércio de alimentos, facilidade das viagens internacionais e aumento do número de indivíduos imunocomprometidos são alguns dos fatores atribuídos ao aumento das infecções parasitárias de origem alimentar. As metodologias descritas para avaliar a contaminação por helmintos e protozoários em vegetais são derivadas de métodos sabidamente eficazes para outras matrizes, como água e fezes, mas que não apresentam estudos sobre o desempenho dos mesmos quando adaptados para vegetais. O método preconizado pelo FDA (Food and Drug Administration) apresenta um percentual de recuperação de apenas 10% para ovos de Ascaris sp ou Trichuris sp. Em função desses fatos, o estudo aqui proposto busca maior conhecimento sobre o diagnóstico de contaminantes parasitários, tendo como objetivo padronizar um método de detecção de ovos e larvas de helmintos em alface, estimando sua porcentagem de recuperação. Alfaces previamente higienizadas foram contaminadas, artificialmente e em diferentes níveis, com ovos de Ascaris suum e de ancilostomídeos, e larvas de Ancylostoma ceylanicum. Para a padronização do método, foram testados: líquidos extratores, etapas de lavagem da hortaliça e tempo de sedimentação espontânea. Maiores porcentagens de recuperação de ovos e larvas foram obtidas usando a glicina 1M como líquido extrator, agitação manual por 3 minutos e sedimentação de 2 horas. Seguindo essas condições padronizadas, foram realizadas dez repetições para cada um dos cinco níveis de contaminação artificial (n=50), obtendo-se média de recuperação de 62,6% (± 20,2) para ovos de A. suum, 51,9% (± 20,0) para ovos de ancilostomídeos e 50,0% (± 27,3) para larvas de A. ceylanicum. Visando testar o desempenho do método, também foram realizadas análises com outro tipo de matriz e análises interlaboratoriais, com resultados também satisfatórios. Para identificação complementar dos parasitos, foi testada, com sucesso, uma reação em cadeia da polimerase (PCR) partindo-se diretamente do ovo, sem extração prévia de DNA seguida da técnica de PCR-RFLP (polimorfismo por tamanho de fragmento de restrição), a qual possibilita a identificação específica do material amplificado. O método de identificação de ovos e larvas de helmintos proposto neste trabalho se mostrou de fácil execução, com etapas mais simples de extração e concentração de parasitos que alguns dos procedimentos já publicados, o que aumenta sua potencial contribuição em ações de vigilância sanitária e epidemiológica.
ASSUNTO(S)
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8UBLQTDocumentos Relacionados
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