Padrões Espaciais e Conservação da Diversidade de Serpentes do Bioma Cerrado

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Até recentemente, a conservação do Cerrado tem sido negligenciada e tentativas de estabelecer áreas prioritárias para conservação foram baseadas em critérios subjetivos. As estratégias de conservação da biodiversidade devem passar por uma avaliação inicial dos processos ecológicos e evolutivos que geraram e mantém a diversidade de espécies em uma dada região, ou local. No presente trabalho, foram utilizados dados macroecológicos de distribuição de 129 espécies de serpentes do Cerrado para avaliar padrões espaciais na riqueza, bem como para propor uma estratágia de conservação para essas espécies. Os pontos de ocorrência foram mapeados em uma Grid de 181 células com resolução de 1, abrangendo todo a Bioma Cerrado. Verificou-se que as variáveis ambientais explicam apenas 34,65% (r = 0.346) da variação na riqueza de serpentes do Cerrado. Para seleção de áreas prioritárias, verificou-se que são necessárias 14 quadrículas do bioma para representar todas as espécies de serpentes do Cerrado no mínimo uma vez. Células com menor custo estão concetradas principalmente no sudoeste do bioma. Os resultados demonstram que é possível gerar redes que contenham todas as espécies de serpentes e, ao mesmo tempo, menor quantidade de ocupação humana, visando minimizar conflitos entre desenvolvimento e conservação. Entretanto, esses resultados devem ser considerados preliminares e estudos mais detalhados são necessários para avaliar os padrões de riqueza de serpentes do Cerrado e estabelecer unidades de conservação, visto que, para a maioria das espécies, o conhecimento sobre distruição e taxonomia é incompleto.

ASSUNTO(S)

serpente ciencias da saude biodiversidade cerrado macroecologia

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