Padrões do ciclo vigilia/sono de mulheres hospitalizadas em serviço de oncologia ginecologica / Sleep/wake patterns of gynecological cancer patients during hospitalization

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

Mulheres com neoplasia ginecológica ou mamária podem enfrentar distúrbios de sono durante a hospitalização devido à condição clínica, ao tratamento e ao ambiente hospitalar. Este estudo teve como objetivos caracterizar o ciclo vigília/sono (CVS) dessas mulheres, bem como a qualidade subjetiva do sono habitual e durante a hospitalização, e os fatores intervenientes na qualidade do sono na hospitalização. Participaram 25 mulheres hospitalizadas para tratamento clínico de neoplasia ginecológica, predominando a neoplasia mamária ou de colo uterino em estádio avançado. A coleta de dados compreendeu: dados sócio-demográficos e história da doença, o índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI) referente ao sono habitual e durante a hospitalização, a identificação de Fatores Intervenientes na Qualidade do Sono na hospitalização e Diário de Sono (OS) durante três dias consecutivos. Todos os instrumentos foram preenchidos pela pesquisadora. O tratamento estatístico compreendeu análise descritiva, testes não paramétricos (Spearman, Mann-Whitney, Wilcoxon e Mc Nemar), e análise espectral dos componentes do CVS. A proporção de sujeitos que referiam boa qualidade de sono habitual e passaram a apresentar má qualidade de sono na hospitalização mostrou-se estatisticamente significativa (p <0,05 ao teste de McNemar). Os sujeitos com má qualidade de sono na hospitalização relataram maior latência e menor eficiência e duração do sono, comparados àqueles com boa qualidade. Destacaram-se, como fatores intervenientes no sono noturno, os cuidados prestados pelos profissionais de saúde ao próprio sujeito e aos companheiros de quarto. A iluminação excessiva e os sentimentos de medo ou preocupação também foram referidos, predominantemente por sujeitos com má qualidade de sono. As rotinas de sono habituais foram afetadas pela hospitalização, segundo 52% dos sujeitos. Houve predomínio do número de sujeitos que mantiveram CVS regular e potência espectral do componente de 24 horas significativa na hospitalização (92% e 96% dos sujeitos, respectivamente). Em acompanhamento posterior, verificou-se que os sujeitos que se mantiveram clinicamente estáveis de dois a seis meses após a coleta de dados haviam apresentado pontuação global mais baixa no PSQI em ambas as etapas do estudo, indicando sono de melhor qualidade, bem como componente de 24 horas mais robusto do CVS, em relação aos sujeitos que evoluíram com piora clínica. Entretanto, esses resultados não se mostraram estatisticamente significativos. Os achados indicam que a hospitalização provoca alterações nos padrões de sono habituais dos sujeitos, destacando a necessidade de planejamento das ações de enfermagem no período noturno, e apontam para o impacto provocado pela doença na força expressa pelo ritmo de 24 horas, embora tenha predominado a regularidade do CVS na hospitalização. Sugere-se que as associações da evolução do quadro clínico com a qualidade do sono e com a potência espectral do componente de 24 horas sejam investigadas em futuros estudos, com acompanhamento prospectivo e longitudinal dos padrões de sono de mulheres com neoplasia ginecológica, ampliando o número de sujeitos e a duração da coleta de dados

ASSUNTO(S)

sleep oncology sono ginecologia oncologia gynecology tumors

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