Padrões de germinação dos diásporos e emergência das plântulas de espécies arbóreas do cerrado, do Vale do Rio Araguari, MG
AUTOR(ES)
Marieta Caixeta Dorneles
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
Diásporos de espécies arbóreas apresentam características peculiares que, em conjunto com as condições do ambiente, os faz responder de maneira distinta para a germinação e emergência. Em função disso, objetivou-se estudar a germinação dos diásporos e a emergência das plântulas de 19 espécies arbóreas do Cerrado ocorrentes do Vale do Rio Araguari, MG, em condições controladas e de campo, na tentativa de encontrar padrões que permitam agrupálas. Os diásporos foram submetidos aos testes de germinação ou de emergência, sob condições controladas ou em condições de campo. As medidas de germinação e de emergência analisadas nos experimentos sob condições controladas permitiram reunir as espécies em dois grupos, um com as espécies rápidas e o outro com as lentas. De maneira geral, as espécies foram heterogêneas em relação ao tempo para a ocorrência dos processos e assíncronas, apresentando também variabilidade entre os indivíduos. Anadenanthera colubrina, Astronium fraxinifolium, Ceiba speciosa, Dipteryx alata, Myracrodruon urundeuva e Tapirira guianensis foram as mais rápidas e apresentaram porcentagem de germinação entre 68 e 100% e de emergência entre 26 e 100%. Na germinação, A. fraxilifolium e T. guianensis tiveram o menor tempo e a maior velocidade (to = 3 e 2; tf = 15 e 5; t = 4 e 3 dias e v = 0,415 e 0,492 dia-1, respectivamente) e na emergência, A. colubrina e C. speciosa tiveram menores valores para essas medidas (t0 = 5 e 6; tf = 19 e 16; t = 8 e 9 dias e v = 0,179 e 0,362 dia-1, respectivamente). Aspidosperma cylindrocarpon, Cariniana estrellensis, Cedrela fissilis, Enterolobium contortisiliquum, Genipa americana, Hymenaea courbaril, Lithraea molleoides, Luehea divaricata, Machaerium acutifolium, Ormosia arborea, Plathymenia reticulata, Pouteria torta e Sterculia striata se mostram lentas para ambos os processos, com valores de porcentagem de germinação entre 4,0 e 87,5% e de emergência entre 2,8 e 100%. Dentre essas espécies, L. molleoides e P. reticulata foram as mais lentas para a germinação (tf = 210 e 330; t = 119 e 100 dias e v = 0,008 e 0,010 dia-1, respectivamente), enquanto H. courbaril e O. arborea foram as mais lentas para a emergência (t0 = 129 e 202; tf = 284 e 221; t = 225 e 212 dias e v = 0,004 e 0,005 dia-1, respectivamente). As espécies e os indivíduos se agruparam no dendrograma e no PCA, em dois grupos principais conforme a rapidez ou espalhamento da germinação e emergência. Em condições de campo o comportamento dos diásporos para a emergência foi semelhante ao registrado em ambiente controlado, sendo C. speciosa e M. urundeuva as mais rápidas (t0 = 14 e 14; tf = 24 e 18 e t = 16 e 16 dias, respectivamente); G. americana e S. striata as mais lentas (t0 = 39 e 32; tf = 85 e 53 e t = 52 e 37 dias). C. speciosa, M. urundeuva, P. reticulata e S. striata tiveram maior porcentagem de sobrevivência no entorno da mata semidecídua, enquanto para as plântulas de G. americana, a sobrevivência foi maior no interior da mata. O espalhamento da germinação dos diásporos ou a emergência das plântulas das espécies do Vale do Rio Araguari esteve associado à dormência das unidades de dispersão.
ASSUNTO(S)
grouping ecologia spread of germination espalhamento da germinação e emergência flora dos cerrados - araguari, rio, vale (mg) dormência germinação dormancy agrupamento ecologia do cerrado
ACESSO AO ARTIGO
http://www.bdtd.ufu.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3111Documentos Relacionados
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