PADRÃES E TENDÃNCIAS DE MORBIMORTALIDADE E SOBREVIDA EM CRIANÃAS COM AIDS NO BRASIL / PATTERNS AND TRENDS OF MORTALITY AND SURVIVAL IN BRAZILIAN CHILDREN WITH AIDS

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

29/03/2011

RESUMO

A infecÃÃo pelo HIV/aids em crianÃas vem sendo eliminada como problema de saÃde pÃblica em paÃses desenvolvidos, mas mantÃm elevada carga de morbimortalidade naqueles em desenvolvimento. O Brasil se destaca pela polÃtica consistente de controle, especialmente pela adoÃÃo universal/gratuita da HAART em 1996. Esta tese visa caracterizar padrÃes e tendÃncias de morbimortalidade e sobrevida em crianÃas com aids no paÃs. Foram estruturados dois blocos analÃticos: 1) estudos nacionais de morbimortalidade por aids em crianÃas, 2) estudos nacionais de sobrevida em crianÃas com aids. No primeiro bloco realizou-se estudo ecolÃgico do tipo sÃrie temporal (1984-2008) de casos (14.314) e Ãbitos (5.041) por aids no Brasil, regiÃes e grupos etÃrios (0-12 e 0-4 anos), baseado na anÃlise dos respectivos coeficientes por modelos de regressÃo polinomial, diferenÃa percentual e razÃes nas eras prÃ-HAART e HAART. Adicionalmente, realizou-se anÃlise de tendÃncia temporal (1999-2007) da mortalidade por causas mÃltiplas relacionadas à infecÃÃo pelo HIV/aids em crianÃas infectadas no Brasil (2.191/680.736) pela estimativa da razÃo de chances de mortalidade (MOR). No segundo bloco, realizou-se estudo de coorte retrospectiva, multicÃntrico-nacional, de sobrevida em crianÃas com aids (920 crianÃas, 1999-2002, atà 2007) e fatores associados, com anÃlise integrada ao primeiro estudo nacional (914 crianÃas, 1983-1998, atà 2002) para verificaÃÃo de tendÃncias de sobrevida e padrÃes de ocorrÃncia de diagnÃstico tardio e doenÃas definidoras de aids. Os resultados demonstram que o Brasil apresenta reduÃÃo da tendÃncia temporal da morbimortalidade da aids apÃs a adoÃÃo da HAART, mas com grandes desigualdades regionais. As regiÃes mais pobres do paÃs (Norte/Nordeste) apresentaram o pior cenÃrio para mortalidade (p<0,001), apesar da concentraÃÃo de casos e Ãbitos nas regiÃes mais desenvolvidas (Sul/Sudeste). Para a incidÃncia, o Nordeste evoluiu com estabilizaÃÃo (p<0,001); o Sul apresenta tendÃncia crescente para crianÃas 0-4 anos (p<0,001) e os maiores coeficientes do paÃs em ambos grupos etÃrios. O coeficiente de mortalidade por causas nÃo relacionadas ao HIV/aids entre 1999-2007 era estÃvel (0,08/100.000 habitantes). A MOR indica tendÃncia de crescimento destas causas entre 2000-2007 (1,18 versus 1,85), embora nÃo significativa (p=0,413); nÃo foi verificada tendÃncia de causas especÃficas neste grupo. A probabilidade de sobrevida em 60 meses foi de 0,88 (IC 95%: 0,86-0,91), com menor sobrevida para crianÃas com <1 ano (p=0,013), categoria C (p<0,001), doenÃas oportunistas (p<0,001) e sem TARV (p<0,001). Nos estudos nacionais, houve, respectivamente, 420 (46%) e 109 (11,8%) Ãbitos, com tendÃncia de ampliaÃÃo da sobrevida (p<0,001), variando de 0,20 (<1988) a 0,90 (2001-2002), e tambÃm pÃs-HAART (0,41 versus 0,84, p<0,001). Houve reduÃÃo do diagnÃstico tardio e de doenÃas definidoras em crianÃas nascidas (p=0,009 e p<0,001) e diagnosticadas pÃs-HAART (p=0,004 e p<0,001), com proporÃÃes ainda elevadas na segunda coorte (47,7% versus 36,1% e 80,7% versus 50,8%); doenÃas bacterianas e pneumocistose mantiveram importÃncia, com menor grau. Conclui-se que a morbimortalidade da aids em crianÃas no paÃs vem sendo reduzida, sobretudo pÃs-HAART. A sobrevida ampliou-se significativamente, tornando a aids uma condiÃÃo crÃnica, com desafios inerentes. Mas desigualdades regionais indicam implementaÃÃo diferenciada das aÃÃes, com pior cenÃrio nas regiÃes mais pobres, com aspectos ainda da era prÃ-HAART. Adicionalmente, o estudo revela questÃes importantes relacionadas à cobertura/qualidade da atenÃÃo à saÃde da mulher (em especial prÃ-natal e planejamento familiar) e Ãs crianÃas expostas/infectadas pelo HIV bem como à complexidade da dinÃmica de transmissÃo do HIV-1 no paÃs.

ASSUNTO(S)

medicina sÃndrome de imunodeficiÃncia adquirida hiv crianÃa brasil epidemiologia morbidade mortalidade anÃlise de sobrevida acquired immunodeficiency syndrome human immunodeficiency virus brazil child epidemiology morbidity mortality survival analysis

Documentos Relacionados