Osteoporose: O que sabe a respeito da epidemia silenciosa? análise do nivel de percepçãao a respeito da osteoporose em mulheres idosas na santa casa de misericordia de São Paulo
AUTOR(ES)
Nilza Aparecida de Almeida Carvalho
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005
RESUMO
CARVALHO, N. A. de A. Osteoporose: o que se sabe a respeito da epidemia silenciosa? Análise do nível de percepção a respeito da osteoporose em mulheres idosas na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. 2005. 80f. Dissertação (mestrado). Programa de Estudos Pós-graduados em Gerontologia, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005. Ao procurar responder ao problema desta pesquisa qual o nível de informação sobre a osteoporose - buscou-se em um primeiro plano encontrar na literatura existente o que há sobre ela, descrevendo sua caracterização, percepção dos sintomas e diagnóstico. Para tal optou-se por uma abordagem quantitativa, uma vez que esta nos permite, a partir da extensão do fenômeno, aprofundar outras questões envolvendo a situação osteoporose a partir de uma análise qualitativa. Para tal, levantou-se junto à grande imprensa o que ela vem divulgando em relação à osteoporose. Optou-se pelo jornal diário Folha de S.Paulo, um dos veículos de comunicação de maior circulação no país, com um grande impacto na formação da opinião pública dos brasileiros, analisando-se 73 reportagens publicadas entre 2000 a junho de 2004. A seguir foi aplicado um questionário contendo nove perguntas, entre abertas e fechadas, divididas em dois domínios: dados sócio-econômicos e nível de informação sobre a doença, a 150 mulheres acima de 60 anos, usuárias do serviço de reabilitação da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, pelo Sistema Único de Saúde, durante o mês de dezembro de 2003. As respostas obtidas foram analisadas e comparadas entre si, através do Statistic Program for Social Science (SPSS) que classificou em seis subgrupos, dos quais selecionou-se os dois mais numerosos. Destes, três idosas de cada um deles, totalizando seis, foram escolhidas aleatoriamente para oferecer seus depoimentos quanto a como obtinham as informações sobre osteoporose e suas impressões sobre o processo. Os resultados obtidos especificam a população que freqüenta o serviço de reabilitação da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e, ao mesmo tempo, representam uma fotografia do atendimento que lá recebem e de como percebem a informação recebida dos profissionais da saúde. Observou-se que das 150 mulheres, mais de 50% estão entre 60 e 70 anos, sendo 116 brancas, 13 negras e 21 pardas. Do total, 22% são solteiras, 40% casadas e 31% viúvas. A grande maioria (82,70%) tem um rendimento entre 1 e 3 salários mínimos. Entre as mulheres que se classificaram como negras, 15% consideram-se analfabetas e 85% dizem ter estudado somente até a 4a. série. O mais alto nível de escolaridade foi atingido pelas entrevistadas brancas. Apesar de 68% do total das idosas saberem o que é osteoporose, somente 34% recebeu esta informação através do seu médico e 50% não recebeu nenhuma orientação dos profissionais de saúde. Nesse ponto, percebe-se uma ambigüidade na interpretação das idosas em relação ao desempenho da função médica. Esses profissionais encontram-se divididos entre os que acreditam na importância de informar o paciente sobre o acontecido e os que se limitam a prescrever determinado tratamento. A maior orientação dada pelos médicos foi fazer fisioterapia (21%). Portanto, o profissional fisioterapeuta pode, dependendo do grau da doença, dar orientações quanto a exercícios de baixo impacto, prevenção de quedas e, na falta do terapeuta ocupacional, até sugerir adequações no espaço de moradia. Os cuidados com a alimentação, apesar de essencialmente importantes, não são citados nas orientações dadas pelos profissionais de saúde. Constatou-se que a comunidade à qual a pessoa pertence desempenha um papel fundamental no modo como o indivíduo obtém suas informações: a comunidade é ocasião e espaço onde as informações são trocadas e, na maioria das vezes, esses saberes ajudam inúmeros idosos a viverem melhor. Constatou-se que o médico, ainda que pouco fale sobre a doença, é a principal fonte de informação para as mulheres idosas. Embora a informação nem sempre seja convertida em efetivos hábitos de prevenção, o nível de escolaridade é fundamental para uma melhor compreensão da osteoporose. A prevenção, que supõe informação, é a melhor estratégia de enfrentamento da situação osteoporose.
ASSUNTO(S)
velhice osteoporose ciências da saúde
ACESSO AO ARTIGO
http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=996Documentos Relacionados
- Tutoria com médicos residentes em anestesiologia: o programa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
- Osteossarcoma: experiência do Serviço de Oncologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
- Prevalência da retinopatia diabética no Ambulatório de Endocrinologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
- Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: saúde e assistência se tornam públicas (1875-1910)
- Análise da prevalência de osteoporose e fraturas atraumáticas em mulheres idosas da cidade de São Sebastião - DF