Os sentidos do envelhecer na preparação de cuidadores formais de idosos: uma estratégia de promoção de saúde / The senses of aging in the formal caregivers\ preparation of senior: a strategy of promotion of health

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/06/2011

RESUMO

As mudanças advindas do envelhecimento contribuem para que muitos idosos necessitem de alguém para auxiliá-los em atividades cotidianas. Dessa necessidade surge o resgate da figura do cuidador formal de idosos que em muitos casos passa-nos sob um olhar desatento e sem a devida qualificação, resultando em desgaste tanto para o idoso quanto para o cuidador, que também necessita de cuidados. Objetivou-se identificar e analisar os sentidos do envelhecer, as fontes de apoio ao idoso e o processo de gestão do autocuidado segundo o olhar dos cuidadores formais de idosos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com uma amostra de 18 cuidadores formais com faixa etária entre 25 a 45 anos, que participaram do Programa Nacional de Qualificação de Cuidadores de Idosos Dependentes desenvolvido pelo Ministério da Saúde e Ministério do Desenvolvimento Social, nas cidades de Blumenau e Rio de Janeiro no ano de 2009. Utilizou-se para coleta dos dados uma entrevista semiestruturada, a técnica do grupo focal e como ferramenta para analise dos dados o software Atlas.ti 6.0. Para interpretação das informações utilizou-se como referencial metodológico a análise de discurso, de matriz pêcheutiana. Em relação ao perfil dos cuidadores formais, houve prevalência: do sexo feminino, baixa escolaridade e remuneração, tempo de exercício da ocupação de 1 a 3 meses, a maioria possuía experiência prévia com o cuidado de idosos familiares, apresentaram como motivo de se tornarem cuidadores a satisfação e o dom demonstraram maior dificuldade para lidar com os temas: morte, teimosia, demências, esquizofrenia, perda de memória, controle da alimentação, higiene oral e relacionamento com familiares do idoso. Descreveram como atividades de autocuidado: atividades físicas e relacionadas à imagem corporal e estética, consultas periódicas, alimentação saudável, atividades de lazer e adequação do sono e quanto à realização de atividades prazerosas foram destacadas o trabalho como cuidador, a presença de redes sociais, espiritualidade e o cuidar dos filhos, da casa e de pessoas queridas. Quanto aos sentidos do envelhecer, observou-se que a velhice pode ser vista como um acontecimento que gera um \"desconforto\" enquanto para outros esta é positiva e torna-se um espaço onde o desejo pode continuar existindo mesmo em conformidade com as mudanças inevitáveis. Notou-se que a família é apagada do cuidado ao idoso na atualidade e quanto à gestão do autocuidado, os cuidadores apresentaram condutas de cuidado consigo próprias, sendo algumas delas estimuladas pelo programa que estavam participando, sendo muitas adotadas de forma prescritiva demonstrando que o estilo de vida ainda é compreendido pela população e pelos profissionais de saúde dentro da visão estabelecida no modelo medico hegemônico. Conclui-se, portanto, que os cuidadores formais estão mais propensos a pensar o envelhecimento pelo fato de cuidarem de idosos, o que torna urgente a criação de uma política de preparação de recursos humanos na área de geriatria e gerontologia que qualifiquem estes cuidadores no cuidado ao idoso e principalmente no seu autocuidado afim de que este ator social seja capaz de sair da invisibilidade e possa pensar e gerir o seu envelhecimento de forma saudável.

ASSUNTO(S)

aging caregivers envelhecimento promoção da saúde promotion health cuidadores

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