Os Panoramas perdidos de Victor Meirelles: aventuras de um pintor acadêmico nos caminhos da modernidade

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Victor Meirelles de Lima (1832-1903), professor, retratista, pintor de paisagens e batalhas, enveredou para a pintura de Panoramas, introduzindo no Brasil uma modernidade ligada às Exposições Universais. O Panorama foi inventado no final do século XVIII. Esta imensa tela, com mais de 100 metros de comprimento e 14 metros de altura, era exposta na rotunda, uma edificação construída especialmente para esta forma de espetáculo. Pintura e arquitetura faziam parte de um conjunto que associava ainda fotografia, figuras de cera e uma economia voltada para o entretenimento do público cada vez mais numeroso das grandes cidades. Meirelles expôs o Panorama do Rio de Janeiro em Bruxelas, na Exposição Universal de 1889 em Paris e finalmente no Rio de Janeiro. Na mesma rotunda, ele expôs um acontecimento republicano: o Panorama da Entrada das Forças Legais. Seu terceiro Panorama foi comemorativo aos 400 anos do Descobrimento do Brasil. Doados pelo pintor à República, os Panoramas foram perdidos e vistos pela última vez em 1910, abandonados no pátio do Museu Nacional na Quinta da Boa Vista. Não havia interesse, naquele momento de transição e afirmação da República, em preservar as obras de um pintor identificado com a Monarquia. Há um registro de correspondências documentando este processo final de perda dos Panoramas. De qualquer forma, no final do século XIX, a arte dos Panoramas havia entrado em decadência, provocada pelas imagens em movimento e encaminhando o público para outra forma de percepção visual, o cinema. Foi o fim de uma forma expressiva, da qual Victor Meirelles foi o maior representante brasileiro.

ASSUNTO(S)

meirelles, victor, 1832-1903 pintura brasileira historia

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