Os instrumentos de financiamento às Empresas de Base Tecnológica no Brasil.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo central analisar em que medida os instrumentos de financiamento, disponíveis para as Empresas de Base Tecnológica (EBTs) no Brasil, adequam-se ao propósito de promover a criação e o desenvolvimento desse tipo de empresa. Isso implica, primeiramente, em realizar um levantamento e em caracterizar as formas de financiamento específicas, públicas e privadas, existentes no país. Em seguida, avaliar empiricamente, por meio da amostra de EBTs pesquisadas, as opiniões, sugestões e críticas que os empreendedores têm com relação às atuais linhas de fomento. As EBTs são empresas tecnologicamente dinâmicas, com uma base de conhecimento densa, que realizam inovações tecnológicas radicais ou incrementais, em âmbito nacional ou internacional. Essas inovações cumprem o papel central dessas empresas. Como são empresas baseadas no desenvolvimento tecnológico, as EBTs têm características específicas de funcionamento. O aspecto principal dessas empresas é o desenvolvimento de tecnologia, o que acarreta, na maioria dos casos, a falta de ativos tangíveis que podem servir como garantias na obtenção de créditos convencionais. Assim, as EBTs necessitam de capital humano altamente especializado e de um montante de recursos inicial para a pesquisa e o desenvolvimento, dado que nessa fase geralmente ainda não há produtos comercializados e, consequentemente, fluxo de caixa positivo para que a empresa garanta sua sustentabilidade. Atrelada a essas especificidades, as EBTs localizadas em economias periféricas enfrentam outros obstáculos resultantes do ambiente macroeconômico, como elevadas taxas básicas de juros, mercado de capitais incipiente, elevada concorrência de empresas transnacionais, pequena extensão dos mercados, sistemas de inovação não consolidados, falta de articulação dos governos, em nível federal, ao incentivo à inovação e ao desenvolvimento tecnológico de cada país. Em relação ao financiamento privado, são abordados os fundos de capital de risco, uma modalidade de financiamento largamente utilizada em alguns países, como os Estados Unidos e Israel. Nesses países essa modalidade teve sucesso, contudo, observa-se o intenso papel ativo do Estado como articulador e promotor dessa indústria nos dois casos. Também são tratados os custos de seleção e monitoramento dos empreendimentos selecionados pelos fundos de capital de risco. Para explicar essa relação é utilizada a Teoria de Agência, na qual a relação entre o Investidor e o Empresário é dificultada pela falta de transparência entre os empreendedores e os investidores de risco e da disponibilidade de informação nessa relação. Além das dificuldades descritas, no caso brasileiro o capital de risco enfrenta dificuldades quanto às garantias legais nos investimentos realizados, pois o ambiente legal brasileiro ainda não promove uma governança corporativa adequada. Assim, o levantamento de capital para essa modalidade também é afetado pelo ambiente legal do país. Por fim, apontam-se os resultados e as análises sobre os comportamentos das EBTs no Brasil, no período estudado, a partir da pesquisa empírica, traçando-se o perfil dessas EBTs e de sua demanda por financiamento.

ASSUNTO(S)

inovações tecnológicas inovação - gestão inovações tecnológicas aspectos econômicos engenharia de producao

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